A Avon Products Inc. entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos na segunda-feira (12), utilizando o “chapter 11”, um mecanismo de proteção contra falência. A medida, segundo comunicado divulgado pela Natura&CO, controladora da Avon desde 2020, visa lidar com dívidas e passivos pré-existentes da empresa de cosméticos.
Para apoiar a Avon nesse momento delicado, a Natura&CO anunciou um financiamento de US$ 43 milhões (R$ 236,17 milhões) na modalidade DIP (debtor-in-possession financing), além de comprometer-se a investir US$ 125 milhões para adquirir operações da Avon fora dos EUA. A controladora também destacou que as operações internacionais da Avon, especialmente na América Latina, onde a marca é distribuída pela Natura, não serão afetadas pelo processo de recuperação judicial.
Essa é uma das várias iniciativas que a Natura&CO tem adotado para reestruturar a Avon e outras marcas sob seu controle. No entanto, a empresa suspendeu temporariamente os estudos sobre a separação das operações da Avon e Natura até a conclusão do processo de chapter 11.
A abertura do chapter 11 segue um movimento semelhante realizado pela companhia aérea Gol, que também entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos em janeiro deste ano. Na ocasião, a Gol assegurou um financiamento de US$ 950 milhões para auxiliar na reestruturação.
Na mesma noite do anúncio do chapter 11, a Natura&CO divulgou seu balanço do segundo trimestre, registrando um prejuízo líquido de R$ 859 milhões, um aumento de 17,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse prejuízo foi amplamente impactado pela reestruturação da Avon, que gerou uma contabilização de R$ 725 milhões.
Mesmo assim, a Natura&CO destacou que, sem o efeito da reestruturação, teria registrado um lucro de R$ 162 milhões no trimestre.