Amazonas

Aumento da passagem de ônibus para R$ 6 preocupa empresários em Manaus

No último domingo (20/04), a Prefeitura de Manaus divulgou uma nota informando que o valor cheio da passagem será de R$ 6, com descontos que serão aplicados conforme o perfil do usuário.

Escrito por Rhyvia Araujo
22 de abril de 2025
Foto: Walla Santos

O recente reajuste da tarifa do transporte coletivo urbano em Manaus acendeu um sinal de alerta entre as entidades de classe da capital amazonense. O aumento, que elevou o valor do vale-transporte de R$ 4,50 para R$ 6,00 — uma alta de 33,33% —, foi recebido com preocupação, especialmente pelos impactos diretos sobre os trabalhadores e a economia local.

Segundo nota conjunta divulgada pelas entidades, o reajuste compromete significativamente o poder de compra da população. Eles apontam que, apesar do vale-transporte ser parcialmente custeado pelos empregadores, a legislação em vigor (Lei nº 7.418/1985) autoriza o desconto de até 6% do salário base do trabalhador para essa finalidade. Isso significa, na prática, que uma parcela significativa do reajuste recai sobre os próprios trabalhadores, que terão seu poder de compra reduzido.

“Esse reajuste compromete diretamente o consumo das famílias e impacta negativamente a atividade econômica — especialmente no comércio, serviço e indústria da construção, que depende da circulação de renda para manter empregos, vendas e arrecadação. O efeito é em cadeia: menos renda, menos consumo, menos atividade no comércio e nos serviços”, alerta o comunicado.

O documento é assinado por instituições como: ABRASEL (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Amazonas), ACA (Associação Comercial do Amazonas), CDLM (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus), FCDL (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas), FECOMÉRCIO (Federação do Comércio do Estado do Amazonas), CODESE (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus), FACEA (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas), CRA-AM (Conselho Regional de Administração), CRC-AM (Conselho Regional de Contabilidade), AMASE (Associação Amazonense de Supermercados), SINDUSCON (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Amazonas), ADEMI-AM (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas), AJE (Associação dos Jovens Empresários), CORECON-AM/RR (Conselho Regional de Economia do Amazonas e Roraima) e CAU-AM (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas).

Aumento da tarifa

No último domingo (20/04), a Prefeitura de Manaus divulgou uma nota informando que o valor cheio da passagem será de R$ 6, com descontos que serão aplicados conforme o perfil do usuário. Passageiros que pagam com dinheiro ou cartão PassaFácil terão desconto de R$ 1, pagando R$ 5 por viagem. Para os estudantes que não possuem gratuidade, esses seguirão pagando R$ 2,50, mediante apresentação da carteira estudantil válida.

Os beneficiários do Cadastro Único (CadÚnico), programa federal destinado a famílias de baixa renda, terão um desconto especial, pagando o valor de R$ 4,50 como tarifa social. Esse valor passará a valer num prazo de até 60 dias, período necessário para se implementar as medidas a esse desconto, especialmente a emissão do cartão eletrônico PassaFácil Social individual, que fará o controle dessa modalidade.

Dentro desse prazo, os usuários do CadÚnico ficarão pagando R$ 5. Para os trabalhadores que utilizam o vale-transporte, pago pelas empresas, o valor cobrado será o valor cheio de R$ 6 por passagem.

Críticas

Em diversos posts, usuários do transporte coletivo reclamaram do preço elevado da tarifa que, segundo eles, não condiz com a qualidade do serviço oferecido. “É tudo precário. Eles cobram tarifas altas para ter o ônibus super lotado e quente”, disse um usuário.

Outros apontam a falta de investimentos no setor. Para eles, a nova tarifa deveria ser justificada pela melhoria na qualidade dos serviços, mas o que se vê é o contrário: a precariedade das condições do transporte.

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