<p>Viralizou nos grupos de whatsapp prints de publicação dos status de uma coordenadora de curso de um grande centro de educação. No mencionado status, verifica-se claramente um discurso de ódio contra a população menos favorecida.</p>
<p>Em uma sequência de publicações ela apoia o Regime Militar, diz que as eleições foram fraudadas e recomenda que empresários demitam os funcionários caso sejam eleitores do Lula.</p>
<p>O que mais causa estranheza é a área de atuação da coordenadora: PSICOLOGIA. Quando se procura conhecer os princípios fundamentais do Código de Ética do Psicólogo, nota-se que há uma tremenda contradição entre o discurso da coordenadora do curso e o código da profissão que jurou seguir.</p>
<!-- wp:paragraph {"align":"justify"} -->
<p class="has-text-align-justify"><strong>Vejamos o que diz os principais princípios fundamentais:</strong><br>I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade (grifo nosso) e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração<br>Universal dos Direitos Humanos.<br>II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação (grifo nosso) e, exploração, violência (grifo nosso) e, crueldade e opressão (grifo nosso).<br>III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.</p>
<p>A liberdade de expressão é definida há séculos como o direito de manifestar opiniões e ideias praticamente sem obstáculos. Mas a defesa dela, na maioria dos países democráticos, passa por não violar direitos dos outros nem levar a males evitáveis.</p>
<p>Nenhum país democrático trata a liberdade de expressão como um direito ilimitado, acima dos demais e sem consequências.</p>
<p>No âmbito acadêmico, principalmente, há quase que a obrigação de ser discutido política e todas as mazelas. Esclarecendo assim fatos de forma que fuja do discurso raso e senso comum, e passe a entrar nos fatos históricos e principalmente no senso crítico.</p>
<p>Na academia, volto a repetir, deve-se discutir política, liberdade de expressão e todos os assuntos que direcionam a sociedade. Porém, é papel da instituição, também, transformar esses debates em discussão de ideias, sem agressão, violência, discurso de ódio e principalmente sem ataques a Constituição federal de 1988, que por sinal, completou 34 anos no último dia 5.</p>
<p>Cabe lembrar que quem deu esse poder de manifestar-se politicamente foi a CF/88, a mesma que a mencionada coordenadora ataca ao pedir intervenção dos militares. Sendo mais uma vez contraditória.</p>
<p>Resta lamentar que esse tipo de discurso, ataques e ódio, ainda tenha espaço no âmbito educacional. Pior que o pobre que não “escolhe seu destino por nascer pobre”, é o pobre que acha que seu posicionamento, seu cargo e seus valores são mais importantes que os dos outros.</p>