<p>A pandemia de Covid-19 mexeu com estruturas sociais e econômicas mundo afora. A incerteza da retomada das atividades fez com que muitos buscassem a reinvenção em seus modos de vida e de garantir a renda familiar. No Amazonas, a atividade do artesanato indígena também sofreu as consequências e precisou, mais do que nunca, buscar novas alternativas sem abandonar a tradição e a cultura.</p>
<p>Em Manaus, no Parque das Tribos - primeiro bairro indígena da capital - mulheres indígenas de diversas etnias buscaram novos formatos para a venda dos artesanatos. A professora indígena, Claudia Baré, criou o “Suri Arts Baré”, uma plataforma para melhorar a divulgação do trabalho e da arte indígena, mesmo durante a pandemia.</p>
<p>“Na época da pandemia, em 2019, a gente teve a ideia. Eu tive a ideia, a princípio, de grafitar uma uma máscara e jogar nas redes sociais. E tanto é que obtive muitos pedidos de colegas e fiz um vídeo ensinando como fazer as máscaras grafitadas. Começamos a vender as máscaras já como Suri Arts Baré, e a gente vem trabalhando esses dois anos em cima dessas produções e recebendo encomendas de vários lugares do Brasil e mundo afora", relatou a professora.</p>
<p>A iniciativa contou com a participação de outras mulheres indígenas, que também iniciaram a confecção de artesanatos e máscaras para a venda on-line, através das redes sociais. </p>
<p>“Com certeza, depois dessa pandemia, a gente como toda a sociedade, vem se reinventando e nós, indígenas, temos que nos reinventar também. Então foi muito importante, principalmente agora. Eu, por exemplo, estou atualmente somente como artesã, sou pedagoga, mas estou sem emprego nesse setor”, contou Cláudia.</p>
<p>No bairro da Compensa, zona oeste de Manaus, a Associação de Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (Amism) também ganhou força nas redes sociais com a venda de máscaras de proteção e outros itens de artesanato indígena. Fundado pela indígena Regina Sateré, a associação atualmente é fonte de renda exclusiva para mais de 10 mulheres artesãs. </p>
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<h2>Valorização</h2>
<p>Para as indígenas, a compra de um artesanato feito pela comunidade resgata valores culturais e incentiva a economia criativa que sustenta milhares de famílias em todo Amazonas.</p>
<p>Seja na confecção de colares, pulseiras, máscaras e até medicamentos artesanais, o incentivo à compra direta de artesãos indígenas vem sempre em primeiro lugar.</p>
<p>“Quando as pessoas compram, quando elas consomem o produto, o que a gente faz, para nós é uma alegria ver as pessoas utilizando nosso trabalho, que foi feito com tanto carinho, com tanta dedicação e com tanto amor", disse Regina.</p>
<p>Para encontrar os artesanatos e saber mais sobre o trabalho desenvolvido pelos indígenas, basta acessar o Instagram: @suriartsbare e @amism_sateremawe. Também é possível entrar em contato por meio dos telefones (92) 99150-6744 e (92) 98159-2712. As entregas são feitas para qualquer parte do Brasil</p>