O artesanato é um dos trabalhos manuais mais antigos e fundamentais da cultura da região amazônica. Uma riqueza nacional, normalmente passada de pais para filhos, o artesanato da região amazônica é vendido no país inteiro e, em alguns casos, exportado para o exterior, sendo uma das principais fontes de renda da população tradicional, como ribeirinhos e indígenas.
A Amazônia tem um grande potencial econômico graças ao conhecimento tradicional das comunidades locais e o artesanato tem se tornado um dos caminhos mais importantes para desenvolver o empreendedorismo sustentável na maior floresta do mundo. Além de contribuir com a cultura de sua região, ele também garante o sustento de várias famílias, e com o mais importante, a floresta em pé.
Com forte influência da cultura indígena, faz parte do artesanato amazônida objetos feitos a partir de barro, fibras, coquinho, cerâmica, couro, madeira, pedra-sabão e sementes, os quais dão forma a bijuterias, artigos de decoração, objetos como colares, cestos, pratos, instrumentos musicais, arte em madeira, em tecido, cerâmicas, entre outros.
A cerâmica marajoara é um exemplo de artesanato importante da região. Iniciada pelos índios da Ilha de Marajó (PA), foi a primeira arte de cerâmica que surgiu no Brasil. Atualmente ela também é conhecida no exterior.
Dados oficiais do Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiros (Sicab) apontam que o país tem hoje cerca de 8,5 milhões de artesãos, sendo a maioria constituída de mulheres. Desses, mais de 3 milhões estão concentrados na Amazônia. O setor representa aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e movimenta cerca de R$ 50 bilhões por ano.
Além de participação em feiras, premiações e eventos regionais e nacionais que incentivam a cultura e produção artesanal, os artesanatos também são encontrados na internet. Uma iniciativa importante é a loja virtual Jirau Amazônico, um site de e-commerce fruto de uma parceria entre comunidades tradicionais, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e o site Americanas.com. Joias, acessórios e artigos de casa e decoração feitos de sementes, fibras e madeiras da floresta ficam à disposição por meio de um endereço eletrônico situado no site Americanas.
Fruteiras, cestos, jogos americanos, abanos, colares, bolsas, luminárias, redes e óculos estão entre os produtos à venda no “Jirau”. A loja virtual contribui para alavancar o empreendedorismo comunitário, gerando renda às populações que vivem de artesanato em comunidades localizadas em Unidades de Conservação (UC), além de ampliar o acesso de pessoas de todo o país a produtos artesanais feitos na floresta amazônica.
Agropecuária
A economia da região amazônica, no geral, é constituída por atividades ligadas ao setor primário, com destaque para o extrativismo (vegetal, animal e mineral) e agropecuária. A produção agropecuária também gera uma grande preocupação ambiental. Apesar de ser uma das atividades mais importantes para a economia brasileira, tanto pelo abastecimento interno quanto pelas exportações, ela está associada a vários problemas ambientais, como o desmatamento.
A expansão da produção agrícola na Amazônia foi puxada, sobretudo, pela soja, que contribuiu por 71,5% do aumento da área colhida, devido, especialmente, ao crescimento da atividade nos municípios do estado do Mato Grosso. Além da soja, outros produtos colaboraram positivamente para o crescimento, são eles: mandioca, milho, arroz, açaí, algodão, cacau, cana, juta, pimenta-do-reino, abacaxi e dendê. Quando se considera a contribuição do setor agrícola dos estados da Amazônia Legal no total nacional, destaca-se Mato Grosso, Maranhão, Pará e Tocantins. A produção da juta tem como maior produtor o Estado do Amazonas.
Além da atividade agrícola, existe no bioma Amazônia a pecuária. A Amazônia Legal tem quase metade do rebanho brasileiro. As principais criações são de bovinos e bubalinos, sendo o rebanho predominante na Amazônia de bovinos (67,7 milhões de cabeças). São 218 milhões de cabeças de gado no Brasil e 93 milhões na Amazônia. Nesse sentido, observa-se que a atividade pecuária também tem crescido na região amazônica, porém tem suas controvérsias, pois vem modificando a paisagem de forma significativa, já que a vegetação da floresta Amazônica é substituída pela pastagem.
Segundo estudo do Observatório de Bioeconomia (FGV), a atividade agropecuária da Amazônia representa apenas 12,2% da produção do país e 13,7% da área colhida. O bioma até colabora de forma expressiva para o principal produto nacional, que é a soja, representando cerca de 15% do total, porém, essa produção é concentrada em poucos municípios, sendo que os do estado do Mato Grosso (maior produtor desse grão, no país) são os mais relevantes.
Pequenos Produtores
Os pequenos produtores na Amazônia constituem um universo multifacetado e representam diversos grupos sociais frequentemente agrupados em categorias como extrativistas, quilombolas, agricultura familiar, coletores, pescadores que praticam agricultura e outras denominações regionais e culturais. Tem os ribeirinhos da foz do rio Amazonas que se dedicam à coleta de frutos do açaizeiro, tem os do Baixo Amazonas que combinam atividade de pesca, agricultura de várzea e pequena pecuária. Tem também os pequenos produtores do Sudeste Paraense que se dedicam à pecuária leiteira, os seringueiros/castanheiros do Acre, os coletores de coco babaçu, das antigas áreas de ocupação do Nordeste Paraense, os colonos de Rondônia e, da Transamazônica, no trecho paraense, entre outros.
Muitos produtos são exclusivos de pequenos produtores como a produção de farinha de mandioca, leite, castanha-do-pará, borracha extrativa, pesca artesanal, fruteiras nativas, caça, plantas medicinais. Da cesta básica consumida na Amazônia Legal, somente a farinha de mandioca, leite e banana são produzidos integralmente pela pequena produção.
Porém, a maioria das culturas e criações, nativas ou exóticas, apresenta gargalos tecnológicos em alguma parte do processo produtivo o qual limita a produção e a sustentabilidade. Ocorreu um grande avanço político com a organização em associações, sindicatos e mecanismos de pressão de grupos de interesse. Porém, ainda é necessário desencadear uma organização produtiva: formação de cooperativas, melhoria do padrão tecnológico, capital social, entre outras formas de organização para valorizar e alavancar a pequena produção.