Nesta segunda-feira (31), o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, anunciou que o país utilizará o yuan, a moeda da China, para efetuar o pagamento da próxima parcela da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em agosto. Essa decisão vem em meio a um acordo recente com o FMI, que estabeleceu um novo cronograma de pagamentos da dívida adquirida pelo país em 2018.
Em coletiva para os meios locais, Sergio Massa afirmou que o governo argentino cumprirá com seus compromissos e utilizará o swap de yuans, adquirido em acordo ampliado com o governo chinês, para realizar o pagamento. O ministro destacou que a Argentina não utilizará um único dólar de suas reservas internacionais para essa transação.
O uso do yuan no pagamento da dívida é visto como uma estratégia para fortalecer as reservas federais do país e aliviar os impactos da seca histórica enfrentada pela Argentina este ano, atribuída às mudanças climáticas globais. Além disso, a decisão também tem uma dimensão política, com Sergio Massa buscando ganhar créditos eleitorais em sua campanha como pré-candidato presidencial.
Massa concorrerá nas prévias eleitorais argentinas, conhecidas como PASO, como representante do setor mais moderado dentro da coalizão União Pela Pátria, que reúne grupos peronistas de direita e de esquerda. As prévias, que ocorrerão em 13 de agosto, decidirão os candidatos presidenciais que estarão no primeiro turno das eleições em 22 de outubro.
O ministro também criticou pré-candidatos opositores da coalizão Juntos Pela Mudança, ligada ao ex-presidente Mauricio Macri, acusando-os de tentarem pressionar o FMI a rejeitar o acordo com a Argentina. Nesse contexto, Massa ressaltou a responsabilidade do governo em garantir o funcionamento normal da economia dentro das restrições impostas pela dívida com o FMI contraída pelo governo anterior.
A medida representa um importante passo na condução da política econômica argentina e desperta o interesse do mercado sobre o rumo das finanças do país. A utilização do yuan para o pagamento da dívida também estreita os laços econômicos entre Argentina e China, sinalizando a busca por uma maior diversificação nas transações internacionais do país sul-americano.