Em uma cerimônia marcada por gritos de "liberdade" e referências a Bolsonaro, Javier Milei assumiu a presidência da Argentina após receber os símbolos de comando do presidente cessante, Alberto Fernández. Mantendo a tradição, Milei discursou de costas para o Congresso Nacional.
O novo presidente anunciou um "ajuste fiscal duro", alertando que as políticas econômicas propostas resultarão, no curto prazo, em queda da atividade econômica, empregos e salários. Prometeu enfrentar o aumento da pobreza e inflação, justificando a necessidade do ajuste para a reconstrução do país.
Críticas à Venezuela permearam o discurso, com Milei alertando que a alternativa seria adotar políticas progressistas, levando à hiperinflação, seguindo o exemplo venezuelano.
Ao abordar a herança do peronismo e do governo anterior, o novo presidente declarou receber "um legado de mais de 100 anos de insistência nas ideias erradas", propondo uma "nova era na Argentina" e enterrando décadas de fracassos.
Comparando sua chegada ao governo com a queda do Muro de Berlim, Milei afirmou que sua eleição representa um ponto de virada na história argentina. Criticou a transição do modelo liberal de 1853 para ideias empobrecedoras do coletivismo, responsabilizando essa mudança pelo declínio do país.
Sua visão antissistema inclui a promessa de combater traficantes de drogas, destacando que "a Argentina se tornou um banho de sangue". Ele ainda defendeu um "Novo Contrato Social Liberal", baseado na propriedade privada, mercados livres e cooperação social.
Apesar das promessas de não perseguição, há preocupações sobre a possível repressão em seu governo. Dados indicam um aumento proporcional da violência política associada aos libertários, levantando questões sobre a abordagem de Milei à oposição.
O novo presidente encerrou seu discurso com o lema da campanha: "viva la libertad, carajo" - uma expressão que simboliza sua visão de liberdade para a Argentina.