O cidadão amazonense que pretende tirar a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) precisa trabalhar, em média, mais de sete meses. O Amazonas é o terceiro estado onde mais se demora para conseguir o dinheiro da primeira CNH em todo o Brasil. No ranking nacional fica atrás apenas do Acre e da Bahia.
A pesquisa é da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), com o cálculo baseado no critério de referência utilizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em estudos sobre o endividamento das famílias no país.
No Amazonas, segundo a Febraban, o valor da CNH A+B é de R$ 2.706,67 e a renda média per capita fica em R$ 1.238. Considerando que o cidadão precisaria comprometer 30% da renda, tem-se R$ 371,40 por mês para juntar até conseguir dar entrada no processo de obtenção da habilitação. Dessa forma, um amazonense levaria 7,29 meses para conseguir o dinheiro necessário.
De acordo com a pesquisa, o cálculo reflete a desigualdade regional. Enquanto o Distrito Federal lidera tanto em renda média per capita (R$ 3.444) quanto em número de condutores habilitados, com aproximadamente 5 mil por 10 mil habitantes, estados do Norte e Nordeste, como Maranhão, Piauí e Amazonas, registram os menores números de habilitados, entre 1 mil e 2 mil a cada 10 mil habitantes, têm renda média inferior a R$ 1,5 mil e maior tempo para conseguir pagar a CNH.
CNH mais acessível
Obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil pode custar mais de R$ 4,4 mil e levar quase um ano para ser concluído. O processo longo e caro acaba excluindo milhões de brasileiros: atualmente, 20 milhões de pessoas dirigem sem habilitação.
Para enfrentar esse cenário, o Governo do Brasil, por meio do Ministério dos Transportes, propõe um novo modelo que promete reduzir em até 80% o custo para obter a CNH nas categorias A (motocicletas) e B (veículos de passeio).
Hoje, aproximadamente 80% do valor total gasto pelo candidato corresponde às aulas oferecidas pelas autoescolas. O que mudará com o novo formato:
- Liberdade de escolha das aulas preparatórias: o cidadão poderá escolher onde e como realizar essas aulas, que poderão ser realizadas tanto nas autoescolas quanto em curso teórico oferecido gratuitamente pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran);
- Prática flexibilizada: poderá ser feita com instrutores autônomos credenciados pelos Detrans, sem a exigência de uma carga horária mínima obrigatória.
A proposta está aberta à colaboração da sociedade, do setor produtivo e de entidades ligadas ao trânsito. As contribuições podem ser enviadas pela plataforma Participa + Brasil até o dia 2 de novembro.