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Amazonas registrou 131 mortes por afogamento entre 2021 e 2022, aponta relatório

Relatório destaca a necessidade de cuidado e proteção para evitar mortes por afogamento, com três vítimas diárias no Brasil

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Redação
July 26, 2024
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Foto: Freepik

“Criança não aprende pelo erro. Criança precisa de supervisão do adulto bem de perto”. Esta é a defesa de Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento às Causas Externas na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Este alerta coincide com o Dia Mundial de Prevenção do Afogamento, celebrado na quinta-feira (25), baseado em levantamento da entidade que revela uma média de três crianças e adolescentes mortos por afogamento diariamente no Brasil.

A SBP analisou os registros de óbitos entre 2021 e 2022, registrando mais de 2,5 mil vítimas. As crianças de 1 a 4 anos foram as principais vítimas, com 943 mortes, seguidas de adolescentes de 15 a 19 anos, com 860 óbitos. O estudo também registrou óbitos nas faixas etárias de 10 a 14 anos (357 óbitos); 5 a 9 anos (291); e menores de um ano (58).

SUPERVISÃO E PROTEÇÃO

“Falta cuidado, falta proteção. Falta os pais saberem que criança precisa de supervisão do mundo adulto e de um ambiente protegido”, avalia Pfeiffer. A pediatra atribui a grande incidência de óbitos por afogamento em crianças pequenas à falta de proteção nos ambientes frequentados. Para adolescentes, a ausência de supervisão em águas naturais, como rios e praias, é uma preocupação constante.

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

Luci Pfeiffer destaca a importância do uso de coletes salva-vidas certificados pelo Inmetro e pela Marinha Brasileira, em oposição ao uso de boias de braço e brinquedos flutuantes, que podem ser perigosos. “O colete garante que a cabeça ficará para fora da água”.

A recomendação é que crianças de 3 a 4 anos estejam sempre à distância de um braço do adulto cuidador quando na água. Crianças de dois anos ou menos devem estar junto ao adulto, seguradas em um colete salva-vidas. “O adulto cuidador deve estar segurando essa criança em um colete salva-vidas que seja certificado pelo Inmetro e pela Marinha, porque esse é o único equipamento de segurança que mantém a cabecinha fora d’água”.

CUIDADOS EM CASA E ÁREAS DE LAZER

Entre as ações preventivas eficazes, Pfeiffer menciona a necessidade de impedir o acesso livre de crianças a áreas de risco, como cozinhas, banheiros e áreas de serviço, utilizando portões e barreiras físicas. “Piscina não é brinquedo”, adverte a pediatra, ressaltando a importância da supervisão constante de um adulto atento.

REGISTROS DE ÓBITOS

São Paulo lidera os registros de mortes por afogamento, com 296 casos, seguido por Bahia (225), Pará (204), Minas Gerais (182), Amazonas e Paraná (131 cada). Os acidentes fatais envolvendo crianças e jovens do sexo masculino corresponderam a 76% dos registros, enquanto as meninas somaram 24%.

Por regiões, o Nordeste apresentou o maior número de óbitos (375 em 2021 e 398 em 2022), seguido pelo Sudeste (324 e 348), Norte (275 e 222), Sul (157 e 143) e Centro-Oeste (143 e 124).

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