O mês de setembro de 2025 marcou uma queda histórica nos focos de calor no Amazonas, com uma redução de 86,31% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram registrados 942 focos no estado, contra 6.879 em setembro de 2024, o menor número desde o início do monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2002. É também a primeira vez, em 23 anos, que o total mensal ficou abaixo de mil registros.
Os dados, monitorados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), indicam que o resultado é reflexo de um conjunto de fatores, incluindo o aumento das ações de fiscalização, a atuação em campo das equipes estaduais e a influência das chuvas em regiões com histórico recorrente de queimadas.

No ranking dos estados da Amazônia Legal, o Amazonas ficou em 5º lugar em número de focos de calor no mês de setembro. Das ocorrências registradas, 15,27% (144 focos) aconteceram em áreas de gestão direta do estado, enquanto a maior parte foi registrada em áreas federais ou em vazios cartográficos.
De acordo com o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, o resultado é inédito. “Em 23 anos de monitoramento, é a primeira vez que alcançamos esse resultado, fruto da intensificação das ações de fiscalização e da presença constante das equipes do Governo do Amazonas em campo, somados ao impacto das chuvas”, afirmou.
O diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, destacou que o trabalho é contínuo e envolve várias frentes. “O Ipaam intensificou o monitoramento em áreas críticas, em parceria com a Sema, e o combate direto às queimadas é feito pelo Corpo de Bombeiros, com apoio da Defesa Civil e das prefeituras”, explicou.
Além do mês de setembro, os dados do acumulado do ano também apontam uma tendência de redução. Entre 1º de janeiro e 30 de setembro de 2025, o estado registrou 3.282 focos de calor, contra 22.114 no mesmo período do ano passado, uma diminuição de 85,16%.
No acumulado anual, o Amazonas também ocupa a 5ª posição entre os estados da Amazônia Legal, com apenas 13,34% dos focos ocorrendo em áreas sob gestão estadual.