O Amazonas enfrenta uma situação crítica de queimadas neste mês de agosto, com números recordes que ultrapassam os registrados em todo o mês de agosto de 2023. Em apenas 20 dias, o estado contabilizou 5.489 focos de calor, superando os 5.474 focos registrados no mesmo período do ano passado, segundo dados do Programa de BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Diante da gravidade da situação, o estado está em emergência ambiental, com 22 dos 62 municípios afetados pelas queimadas. O governo decretou uma proibição de 180 dias para a prática de fogo e o uso de técnicas de queima controlada, em um esforço para conter o avanço dos incêndios.
Apesar das restrições, os focos de calor continuam a crescer. Somente em julho, foram registradas 4.241 queimadas, o maior número em 26 anos, e nos primeiros dez dias de agosto, quase 3 mil. A consequência tem sido uma onda de fumaça que afeta diretamente a qualidade do ar, principalmente na capital, Manaus.
No Sul do estado, a fumaça das queimadas incomoda os moradores da região. Em Manaus, a “neblina” de fumaça começou a ser registrada no sábado (10) e encobriu a cidade até a tarde de quarta-feira (14), piorando a qualidade do ar para níveis considerados “péssimos” pelo Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva). No bairro Vila Buriti, na Zona Sul, os índices chegaram a superar 125 μm/m³, muito acima do limite considerado seguro.
Os incêndios estão concentrados em regiões como o chamado “Arco do Fogo”, onde a presença da pecuária é forte. Apuí é o município com o maior número de queimadas no mês, registrando 1.525 focos. Outros municípios amazonenses como Lábrea também aparecem no ranking, juntamente com cidades do Pará, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
