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Meio Ambiente

Amazonas registra aumento de 387% em focos de queimadas em apenas uma semana

Estado enfrenta seca severa enquanto Lábrea e Apuí lideram ranking nacional de queimadas

Escrito por
Redação
July 22, 2024
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Foto: Carl de Souza/AFP

O Amazonas registrou mais de 800 focos de queimadas em apenas uma semana, conforme dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De domingo (14) até sábado (20), foram identificados 878 focos de calor em todo o estado. O pior dia foi na quinta-feira (18), com 260 queimadas, seguido de perto por sábado (20), com 234 incidentes.

Em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizadas 180 queimadas, houve um aumento alarmante de 387% no número de focos de calor.

DADOS COMPARATIVOS:

14 a 20 de julho de 2024: 878 focos de incêndio.

14 a 20 de julho de 2023: 180 focos de incêndio.

Os municípios de Lábrea e Apuí, situados na Região Sul do Amazonas, também conhecida como arco do fogo, destacam-se negativamente no cenário nacional. Lábrea registrou 317 queimadas e Apuí, 314, colocando-os entre os municípios com mais focos de calor no país em julho, superados apenas por Corumbá (MS), que teve 409 focos.

CIDADES COM MAIS FOCOS DE CALOR NO PAÍS EM JULHO:

Corumbá (MS): 409 focos de calor.

Lábrea (AM): 317 focos de calor.

Apuí (AM): 314 focos de calor.

Porto Velho (RO): 278 focos de calor.

Itaituba (PA): 252 focos de calor.

Na soma total do mês de julho, até sábado (20), o Amazonas registrou 1.106 focos de calor, enquanto no mesmo período do ano passado foram contabilizados 1.947 focos.

EMERGÊNCIA AMBIENTAL

A situação é tão crítica que o estado já se encontra em emergência ambiental, com 22 dos 62 municípios afetados. A crise atual lembra o cenário de 2023, quando o estado registrou mais de 20 mil queimadas ambientais, o segundo pior ano desde 1998.

IMPACTOS DA SECA

Além das queimadas, o Amazonas enfrenta uma seca severa que já tem impactos significativos na população e no meio ambiente. Em Manaus, o Rio Negro desceu mais de 60 centímetros apenas em julho. No município de Envira, na região Sudoeste do estado, mais de dez mil pessoas foram afetadas, com comunidades isoladas, embarcações encalhadas e problemas de abastecimento de insumos.

O Rio Tarauacá, que banha a cidade de Envira, media 8,55 metros em julho de 2023. Um ano depois, o mesmo rio está com apenas 5,26 metros. Na foz do Rio Jurupari, um afluente do Rio Envira, o trajeto entre as margens já pode ser feito a pé, com as águas medindo apenas 1,22 metro, comparado a 6,77 metros no mesmo período do ano passado.

QUALIDADE DO AR E RESPONSABILIDADE

Em 2023, as queimadas também geraram uma onda de fumaça que atingiu Manaus e outros municípios, deteriorando a qualidade do ar a níveis considerados péssimos. Segundo o Ibama, o problema foi causado por agropecuaristas.

Apesar da gravidade da situação, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente ainda não se manifestou sobre as medidas que estão sendo adotadas para enfrentar a crise.

A população ribeirinha já está sendo aconselhada pela Defesa Civil a se abrigar nas sedes dos municípios devido à severidade da seca e das queimadas.

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