O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de Manaus, na Band, nesta quinta-feira (8), foi puxado pelas críticas ao prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) que não participou da sabatina alegando sofrer ataques e fake news.
Em meio a um emaranhado de farpas direcionadas à Almeida, os políticos Amom Mandel (Cidadania), Alberto Neto (PL), Marcelo Ramos (PT), e Roberto Cidade (União Brasil), aproveitaram o momento para encaixar algumas de suas ideias, mas ainda assim, as críticas entre eles se sobressaíram e Almeida foi alvo preferencial dos concorrentes.
“O que me preocupa mais em um debate é um absolutamente desconhecimento das pessoas do que é a responsabilidade de cada ente federativo, um que colocar (crianças) marchando dentro das escolas, outro não sabe o que é SISREG. Um diz que vai economizar, mas custa R$ 20 milhões, ele e os outros 24 companheiros na Assembleia, outro diz que na Susam foram 4 secretários presos, mas colocou R$ 45 milhões de emendas. Lamentável que o prefeito, que hoje lidera as pesquisas, não tenha participado desse momento tão rico para a cidade, e lamentável tanto desconhecimento de responsabilidade de cada ente federativo. (…) E se eles não conhecem a realidade da prefeitura, eles não têm condições de apresentar propostas”, afirmou Marcelo Ramos em entrevista à imprensa.
Amom Mandel, na mesma linha de Marcelo Ramos, ressaltou que a participação em debates é um compromisso fundamental para os aspirantes ao cargo, apontando que o respeito à democracia serve para esclarecer posições publicamente.
“É lamentável que ele tenha faltado e ainda tenha justificado que faltou a um debate em respeito à democracia, um desrespeito muito grande. Um debate a gente tem que sempre se esforçar pra ir e não o contrário. (…) Ele também nos ataca, mas estamos aqui para fazer perguntas sérias, e saber as propostas e justificativas”, disse Mandel.
O candidato também expressou ser contrário ao uso da religião para manipulação eleitoral, apesar de ter usado um versículo da bíblia para atacar Roberto Cidade durante o debate.
“Eu sou contra o uso da religião para manipular as pessoas, é justo e correto que quem tem crenças religiosas, possam defendê-las. O que não dá é pra manipular as pessoas. Eu acredito em Jesus e acredito que a política precisa mais dos dez mandamentos, especialmente do sétimo: não roubarás”, afirmou.
No entanto, o candidato aliado do governador Wilson Lima (União Brasil) restringiu sua participação a afirmar que está pronto para liderar a capital amazonense, sem entrar em detalhes sobre a aplicação dos recursos.
“Eu sou muito tranquilo, sou candidato da minha história, que vai trabalhar por Manaus. Tô de alma lavada, ninguém vai administrar Manaus de redes sociais, eu tô pronto. Vão ter outros debates, a gente vai defender a nossa bandeira que é a mudança”, respondeu Cidade.
Alberto Neto (PL), durante entrevista, além de criticar David Almeida, desafiou o concorrente Amom Mandel (Cidadania) a esclarecer suas fontes de financiamento. Neto questionou a postura de Mandel em relação ao “fundão eleitoral”.
“O fundão é um recurso público, que faz parte do processo democrático, nós temos candidatos a vereadores que são da classe baixa, precisam de recursos. E ele vai ter que explicar como ele vai pagar o material, são os empresários? Tá pegando dinheiro de empresário? Nós não fazemos isso”, afirmou.
As entrevistas foram dadas após o debate.