A polêmica envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), durante audiência no Senado, gerou ampla repercussão entre deputados estaduais do Amazonas. Em sessão na Assembleia Legislativa A polêmica envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), durante audiência no Senado, gerou ampla repercussão entre deputados estaduais do Amazonas. Em sessão na Assembleia Legislativa (Aleam), nesta quarta-feira (28), parlamentares se manifestaram em defesa da pavimentação da BR-319 e, ao mesmo tempo, avaliaram as declarações dos senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Plínio Valério (PSDB-AM).
O deputado João Luiz (Republicanos) saiu em defesa de Omar e Plínio, destacando a importância do debate e questionando os dados apresentados pela ministra sobre a rodovia. “Ela disse que houve só seis óbitos, mas foram mais de 15 mil”, afirmou. O parlamentar também exibiu imagens da BR-319 com caminhões atolados, reforçando a precariedade da pista. Em sua fala, lembrou que “o estado da ministra tem ruas pavimentadas que dão acesso ao restante do Brasil”, e apresentou uma moção de parabenização aos senadores amazonenses.
Por outro lado, o deputado Wilker Barreto (Mobiliza) fez uma defesa da ministra Marina Silva, criticando a forma como o debate foi conduzido por alguns senadores. “Quando você passa ao desrespeito, você perde toda a razão”, afirmou.
O deputado Comandante Dan (Podemos) criticou a cobertura midiática do episódio. “Alguns veículos de comunicação desconsideraram a nossa realidade. Nós aqui do Amazonas precisamos de soluções”, enfatizou.
Já Carlinhos Bessa (PV) reforçou que os problemas ambientais seriam menores com a pavimentação da rodovia. “Até meu filho de 12 anos sabe que os crimes ambientais acontecem muito mais agora do que se a BR-319 já estivesse asfaltada”.
Roberto Cidade (União Brasil), presidente da Aleam, destacou que o isolamento do Amazonas precisa ser combatido com investimentos. “O Amazonas não pode ficar no isolamento. Eu sonho em ver a BR-319 sair do papel”, afirmou. Apesar disso, criticou o tom usado pelo senador Plínio Valério ao se dirigir à ministra. “Ele foi infeliz, foi um desrespeito com a ministra”, pontuou. Sobre Omar Aziz, elogiou: “Omar foi firme e esclareceu os fatos”.
Cidade também propôs articulação institucional para viabilizar o asfaltamento da rodovia.
“Se o Estado tiver viabilidade econômica, tenho certeza de que a Assembleia seguirá a causa. Mas é preciso estudo, análise, responsabilidade. Podemos lutar para deixar a BR trafegável o ano todo. Não é uma obra fácil, mas precisamos sair do discurso e partir para a ação”, concluiu.
A deputada Alessandra Campêlo (Podemos) também reagiu com indignação às falas do senador Plínio Valério, classificando-as como misóginas. Para ela, o episódio precisa ser avaliado pela Comissão de Ética do Senado.
“Ele perdeu uma grande oportunidade de discutir o tema com seriedade e preferiu, mais uma vez, atacar uma mulher. Disse textualmente que não respeita a ministra. É um absurdo. Não é a primeira vez. Recentemente, ele afirmou que teve vontade de enforcá-la”, afirmou.
Apesar das divergências em relação às falas dos senadores, o consenso entre os parlamentares da Aleam foi o apoio à BR-319 como ferramenta estratégica para o desenvolvimento e integração do Amazonas ao restante do país, desde que respeitando os critérios ambientais.