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ALEAM: Mayra Dias acusa Wilson Lima de perseguição política por emendas não liberadas

Segundo a deputada, a situação reflete uma tentativa de retaliação por parte do governo

Escrito por
Rhyvia Araujo
August 01, 2024
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Foto: Reprodução/ALEAM

O retorno das atividades plenárias da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na manhã desta quinta-feira (1), foi marcado por graves acusações da deputada estadual Mayra Dias (Avante). Ela responsabiliza o governador Wilson Lima (União Brasil) de perseguição política, após as emendas parlamentares individuais destinadas a Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), no valor de R$ 11,4 milhões, ainda estarem bloqueadas. Segundo a deputada, a situação reflete uma tentativa de retaliação por parte do governo, afetando negativamente as atividades legislativas.

“Fico me perguntando se é de fato essa marca que o governo quer deixar. Que persegue, que humilha, que castiga. Toda essa manobra foi uma tentativa de intimidar, de me calar. Eu concentrei as minhas ações lá em Parintins. Eu tive mais de 50% dos meus votos (em Parintins) e esse ano quis destinar a maior parte no município. E infelizmente por essa dessa perseguição o nosso trabalho vem sendo prejudicado”, iniciou Dias ao expressar descontentamento com o governo de Wilson Lima.

Imediatamente após as acusações de Mayra Dias, o deputado Mário César Filho (União Brasil) tomou a palavra em defesa do governador. O deputado refutou a alegação de perseguição política, argumentando que não há fundamento para a acusação, uma vez que segundo ele, a questão da não liberação das emendas pode ser atribuída a erros técnicos. Ele ainda deu um exemplo de que Wilker Barreto (Mobiliza), opositor de Wilson Lima, vem tendo os recursos liberados, apesar das posições contrárias ao governo. Esse fato, segundo o político, demonstraria que o caso não está ligado a uma retaliação política.

“Tenho que discordar no sentido de quando se fala dessas emendas parlamentares. Que seria uma perseguição ou algo tipo. Se a gente parar para pensar, o maior opositor do governador Wilson Lima, tem sido o deputado Wilker Barreto, no entanto, as emendas do deputado têm sido pagas. O que tem que se verificar é se houve um erro na questão dessas emendas (…) A gente tem que investir onde tem mais necessidade, principalmente nessas áreas mais afastadas. Tem que verificar como foi feito o pedido, mas olha, nesse sentido de ataques e fake News conte com meu apoio”, declarou Mário Cesar Filho.

Mayra Dias, no entanto, apresentou uma perspectiva diferente sobre a situação. “As minhas emendas não teve problema nenhum, a parte de documento burocrática tava tudo ok. Inclusive foi empenhada uma parte, foi paga numa sexta-feira e quando foi na segunda foi retirado o pagamento e o empenho. É sim perseguição política, porque eu não faço parte do grupo político em Parintins do governador Wilson Lima”, afirmou a deputada. 

Felipe Souza (PRD), vice-líder do governo, rebateu Dias argumentando que o processo de liberação de emendas envolve várias etapas, mas que iria ser autorizada. “De qualquer forma, deputada Mayra, não há perseguição e o governo tem um prazo até o fim de dezembro para pagar as emendas dos parlamentares. Está dentro da lei, dentro do prazo, não há atraso, não há perseguição nenhuma. Poderia falar algo nesse sentido se não pagar suas emendas até o fim do ano, mas tenho certeza que com certeza o governador vai pagar a sua e de todos outros deputados desta casa”.

Em claro descontentamento com os colegas de plenário, Mayra alegou que ao menos 50% das emendas deveriam ter sido liberadas em junho. “Eu sei que aqui haverão muitas defesas, óbvio que está dentro da lei, mas a gente sabe que a lei tinha que ser pago até final de junho. Mas a gente espera que seja pago em novembro, dezembro. Enfim, vai ter que ser pago”, afirmou a deputada.

Alessandra Campelo (Podemos) também fez questão de defender Wilson Lima, mas lamentou que a discussão tenha se desviado para um campo de acusações e disputas políticas. “Eu conheço o governador Wilson Lima, o governador não é uma pessoa que persegue, não é uma pessoa vingativa. Não é daqueles políticos que acorda pensando no que vai fazer para prejudicar o adversário. Ele é uma pessoa do diálogo. (…) Eu já sofri tentativas de me calarem e foram tentativas muito sérias. Já sofri perseguição a ponto de eu ter que andar por orientação do Ministério Público e da Polícia Federal, passei a andar em carro blindado e com segurança quando houve interceptação que a polícia fez onde havia ameaças, inclusive contra a minha vida”.

Ainda assim, a deputada Mayra Dias afirmou que o caso reflete em machismo, além de sugerir possíveis disparidades no tratamento das demandas dos parlamentares.

“Só eu sei o que estou passando, realmente o deputado Wilker vem recebendo suas emendas. Que bom. A gente até vê o tratamento como é diferente para o homem e para a mulher, afinal de contas todos tiveram suas emendas liberadas, nem que seja uma parte, mas teve. Não passaram o que eu passei”, argumentou Dias.

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