A terceira edição da Copa da Floresta está prestes a chegar ao fim no próximo sábado (25). Após três meses de competição, muitas navegações pelos rios da Amazônia para que tudo pudesse acontecer, a maior competição não-profissional do Norte do país terá o capítulo final com o duelo decisivo entre a seleção da cidade de São Sebastião do Uatumã x Fonte Boa que, aliás pelo segundo ano seguido chega a final da competição.
O que não querem saber da Copa da Floresta é o quanto ela tem planejamento e trabalho. O quanto tem sacrifício para que absolutamente tudo tenha a mesma qualidade de uma competição profissional. O quanto os municípios passaram a viver a expectativa da competição para mostrar que na sua cidade, tem futebol e tem talento. A abertura da Copa da Floresta ocorreu no começo de julho em Manicoré. Por lá, o investimento para a seleção da casa fazer bonito contou até mesmo com contratação de técnico profissional, que no caso foi o professor Sérgio Duarte. A seleção, porém, não chegou às finais.
De qualquer modo, a cada edição da Copa da Floresta, uma cidade amazonense é tomada pela organização de uma grande partida de futebol. Existe a movimentação inteira da cidade e fatos marcantes. Como não lembrar da chegada do árbitro Anderson Daronco a cidade de Fonte Boa em novembro do ano passado. Simplesmente a cidade parou e ele chegou em carreata por lá sendo, inclusive, notícia nacional. Não dá para menosprezar o marketing certeiro da Federação Amazonense de Futebol em trazer um árbitro daquela proporção para uma competição amadora e evidenciar a divulgação notória da Copa da Floresta.
Naquele jogo, que também foi uma final, Daronco fez selfies e fotos inteiras com mais de 500 pessoas após o jogo e ainda no estádio. Inclusive foi preciso a segurança encerrar a sessão “tietagem”, pois o árbitro precisava jantar e se organizar para retornar a Manaus. Aliás, Daronco está de volta a Copa da Floresta e assim como outros que passaram aqui como a Edina Alves e Raphael Klaus, gostou da experiência.
Para muitos que veem de fora a Copa da Floresta não se dão a oportunidade de conhecer o tamanho do trabalho feito. Do detalhamento para que tudo fique da forma que a competição precisa e merece. Da maneira que o morador do interior entenda e conheça como é uma grande partida de futebol. A Copa da Floresta hoje é um “natal” antecipado para muitos municípios, pois movimenta a economia, gera emprego e deixa legados. Em cada edição, seja na abertura ou no encerramento, tudo o que os estádios precisaram de melhorias, por lá ficaram. Tudo aquilo que antes não era reformado ou mexido, precisou de reparo e ficou para a comunidade.
Ainda não temos talentos que vingaram no futebol amazonense, mas sem dúvida a oportunidade está batendo a porta dos dirigentes amazonenses que, aliás, poucos prestigiam a competição. O que acho que poderiam abraçar isso como uma chance de grande peneira. Imagina quantos craques estão dentro de comunidades, sonhando e querendo algo marcante na carreira?
E tem mais um detalhe nisso tudo que prova a importância da Copa da Floresta e do tamanho dela para o interior do Amazonas. A partir de novembro, tem Copa da Floresta Feminina e olha, na primeira edição bateu recorde de inscrições com 50 seleções inscritas, muito mais que as três edições da masculina.
Aí eu pergunto: por que não querem mergulhar e conhecer melhor a Copa da Floresta para entender a dimensão do plantio que é feito para o futebol amador e o de base amazonense? Estão todos convidados.
Inclusive, a final dessa edição terá transmissão da TV Encontro das Águas.
