Eu sei que daqui a pouco tem Amazonas FC em campo diante do Novorizontino, mas eu preciso destacar a sombra do Tigre na história do futebol amazonense. Já perdemos dois acessos pra eles nos últimos cinco anos e reconhecidamente devo admitir que eles subiram rapidamente de divisão e fizeram um caminho semelhante ao do Amazonas quando conquistaram acessos seguidos.
A primeira vez que o Novorizontino cruzou essa trajetória de acessos do futebol amazonense foi em 2020. Bem no auge da pandemia no estado do Amazonas, o Fast Clube brigou para subir de divisão. Acontece que naquele momento, a Covid-19 foi o principal agente de desfalque da equipe do tricolor de Aço. Tanto no jogo da ida quanto no da volta, o Fast teve atletas que positivaram e desfalcaram. No primeiro jogo, o Tigre venceu de 1 a 0 e o Fast teve oito atletas que testaram positivo para Covid-19. Guilherme Queiroz fez o único gol. Na volta, o Novorizontino venceu de 3 a 0 em casa e o Fast contou com pelo menos quatro atletas com Covid-19 e outros desfalques. Esse jogo também marcou dois tristes cenários que foi a morte da filha prematura do treinador do clube à época (Ricardo Lecheva) após a mãe contrair Covid-19 bem como o meia Marco Goiano que foi afastado para acompanhar o nascimento do filho e o agravamento da saúde da esposa que positivou. Lembro até hoje do cenário triste e agonizante daquela época para ambos os lados: técnico e pessoal.
O Novorizontino é um clube de 2010, e naquele ano praticamente conquistava um inédito acesso e mostrava uma história muito importante que ficaria ainda maior com o acesso seguinte. Isso porque passando esse acesso perdido com o Fast ainda teríamos o do Manaus em 2021 pela série C. No quadrangular final da competição daquele ano, restava uma vitória direta da equipe amazonense para o clube paulista e de novo, ficamos no meio do caminho. E o pior de tudo foi que no primeiro turno da série C o Manaus goleou por 5 a 0, mas no segundo turno precisando mais do que nunca da vitória, o Gavião foi derrotado por 2 a 0 e deu adeus ao sonho do acesso.
Ou seja, meus amigos. O Novorizontino é o carrasco do futebol amazonense, mas pro Amazonas, nunca perdeu. São três jogos e agora mais do que nunca precisamos manter a invencibilidade diante deles.
