“Pontinha do iceberg”, declara Wilker Barreto sobre caso de corrupção na Saúde do AM 

“Não tem como não comentar a operação de hoje do GAECO dentro da Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM), isso é a pontinha do iceberg, tem muita coisa que precisa ser investigada”. A declaração é do deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza), que usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) na quinta-feira (16/10) para cobrar rigor nas investigações e responsabilização dos envolvidos na Operação Metástase, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). 

A ação do Ministério Público do Amazonas (MPAM) apura um esquema de corrupção envolvendo fraudes em licitações, pagamento de propina e desvio de recursos públicos na Secretaria de Saúde, especialmente em contratos com Organizações Sociais (OSs) que atuam na gestão de maternidades e unidades de pronto-atendimento (UPAs) em Manaus. 

Segundo as investigações, uma única família controlava várias empresas usadas para vencer licitações e superfaturar contratos.

Durante a operação, foram cumpridos um total de 101 mandados expedidos nas cidades de Manaus (AM) e Joinville (SC). Além disso, um cofre também foi apreendido dentro da sede da SES-AM. Conforme apontado pela investigação, o local se encontra em estado de abandono, com infiltrações, falta de água e serviços suspensos por inadimplência.

O parlamentar, que há meses vinha denunciando a fragilidade desses contratos, criticou a permanência de OSs com histórico de irregularidades à frente da gestão hospitalar. 

“Colocar Organização Social com histórico de corrupção é tragédia anunciada. Estamos tratando de vidas, não de cifras. Essa Casa precisa assumir seu papel de fiscalização”, disse.

O parlamentar também defendeu que a atual secretária de Saúde do Estado volte à Aleam para prestar esclarecimentos sobre os contratos firmados e a atuação das OSs. Ele cobrou mais transparência, celeridade nas investigações e que os valores recuperados sejam revertidos integralmente para o sistema público de saúde.

“Essa quadrilha não tem pena do ser humano. Com saúde não se brinca. Não dá para assistir de camarote o dinheiro do povo ser dilapidado na cara dura”, afirmou. Wilker ainda reforçou que o Legislativo estadual deve adotar uma postura mais ativa diante da gravidade das denúncias. “Esta Casa aqui não é Comitê Olímpico. As homenagens têm seu lugar, mas fiscalizar tem que ser o carro-chefe”. 

O Diário da Capital solicitou um posicionamento da Secretaria de Saúde do Amazonas sobre os apontamentos feitos pelo deputado Wilker Barreto, mas até o momento não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.