“O Enem avalia qualquer aluno, seja da rede pública, privada, ou até mesmo quem não é estudante, mas quer ingressar em uma universidade federal. Então o estado responde pelo resultado não somente da rede pública estadual, mas de todos que estiverem interessados em participar da prova”. A declaração é da secretária estadual de Educação e Desporto Escolar, Arlete Ferreira Mendonça, feita nesta quarta-feira (15/10), ao comentar os dados do Ranking de Competitividade dos Estados 2025, que colocam o Amazonas na última posição nacional em desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A secretária também defende a necessidade de uma reformulação no modelo do exame. “O Enem é um exame onde o aluno do Amazonas responde à mesma pergunta que um aluno do Sul, e claro que nosso trabalho é também para que um dia essa prova seja regionalizada, reconhecendo de fato a educação no nosso estado, nossa região”, afirmou.
Arlete ressaltou ainda os desafios enfrentados pela rede estadual, especialmente em relação ao acesso. “O trabalho que a secretaria tem feito é um trabalho duro. Nós temos a distância no nosso estado e trazer essa comunidade escolar para polos de realização de prova não é uma tarefa fácil”, disse.
Apesar do Amazonas aparecer na última colocação, a secretária comparou o resultado com os melhores colocados do ranking. “Se olharmos a nível nacional, o primeiro lugar atingiu cerca de 565 pontos e o último lugar, 505 pontos, então a diferença não é enorme”, afirmou.
Dados da pesquisa
Segundo o levantamento divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), o Amazonas registrou média de 505,3 pontos no Enem, ficando atrás de todas as demais unidades federativas. Os estados com melhor desempenho foram:
- São Paulo: 565,8
- Santa Catarina: 565,2
- Distrito Federal: 565,1
No cenário regional, o Amazonas também teve o pior desempenho entre os estados do Norte, sendo superado por:
- Roraima: 525,4
- Rondônia: 523,8
- Tocantins: 520,8
- Acre: 516,9
- Amapá: 514,3
- Pará: 511,7
O relatório do CLP, que analisa dez pilares de competitividade, aponta que o Amazonas figura entre os últimos colocados no pilar Educação. Entre os fatores que contribuem para o baixo desempenho estão:
- a elevada taxa de distorção idade-série, quando o aluno está em uma série inadequada para sua idade;
- a baixa frequência escolar.