Política

“Esse alerta não servirá para informar a população em toda e qualquer chuva”, diz vereador após temporal em Manaus 

A discussão ocorreu durante a sessão plenária, quando parlamentares debateram os alagamentos em Manaus provocados pela forte chuva no último domingo (5/10), ressaltando que a Defesa Civil não alertou a população durante o episódio

Escrito por Kataryne Dias
7 de outubro de 2025

Durante a 87ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Manaus (CMM), realizada na segunda-feira (6/9), parlamentares discutiram as recentes alagamentos ocorridos na cidade após a forte chuva registrada no último domingo (5/9) e o desempenho do sistema de alerta da Defesa Civil, que recebeu críticas da população.

O vereador Rodrigo Guedes (PP) criticou a gestão do prefeito David Almeida (Avante), questionando a efetividade dos alertas meteorológicos, as medidas preventivas adotadas e o uso de recursos públicos em sistemas meteorológicos, incluindo radares anunciados pela prefeitura.

“Cadê o sistema meteorológico que a Prefeitura de Manaus anunciou, com quatro radares já inaugurados e o tal radar mexicano de R$ 40 milhões? O que está acontecendo com o dinheiro público? Cinco anos de gestão e as coisas se repetem. O que Manaus está fazendo para evitar as alagações?” perguntou. 

Segundo o parlamentar, se o alerta tivesse funcionado, a prefeitura poderia ter planejado ações preventivas e minimizado os impactos da alagação.“Manaus ficou debaixo d’água mais uma vez, e isso me surpreende. Na verdade, o prefeito David parece viver em um mundo à parte. Ou ele não foi alertado sobre a chuva, ou o manauense não recebeu o aviso. Eu, por exemplo, não recebi nenhum alerta do sistema”, disse. 

Rodrigo Guedes (PP) / Foto: Assessoria do parlamentar 

Posicionamentos dos parlamentares  

O vereador da base do prefeito, Eduardo Alfaia (Avante), também se pronunciou sobre o sistema de alerta, explicando que ele está em fase de implantação e treinamento das equipes municipais, e que só será acionado em casos de chuvas severas, com risco iminente de grandes tragédias ou catástrofes naturais. Segundo Alfaia, essa medida visa garantir o uso eficaz e direcionado do alerta, evitando acionamentos desnecessários.

“É importante salientar que esse alerta não servirá para informar a população em toda e qualquer chuva, e adventos da natureza não; ele somente é acionado, somente funciona, somente entra em uso e informa a população em casos de chuvas severas e que haja risco iminente de grandes tragédias e de grandes catástrofes”, ressaltou

Foto: Cleuton Silva e Eder França/Dicom 


Além disso, ele esclareceu que a prefeitura nunca adquiriu um radar meteorológico no valor de R$ 40 milhões e que a compra mencionada não se concretizou. Segundo ele, a recomendação de compra foi feita, mas o radar em questão pertence ao Governo Federal e poderia ser compartilhado com a prefeitura, sem custo de aquisição.

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