Política

“Não vai parar por aí”, diz vereador após protesto de professores contra reforma da previdência; greve é debatida

O protesto ocorreu na manhã desta quarta-feira (24/9), em frente à Câmara Municipal de Manaus (CMM), em reação ao PL que propõe mudanças na Reforma do Regime Próprio de Previdência Social dos professores da rede pública municipal

Escrito por Kataryne Dias
24 de setembro de 2025
Foto: Reprodução/Diaadia Notícias e Assessoria do parlamentar

Na manhã desta quarta-feira (24/9), durante a 83ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Manaus (CMM), profissionais da rede municipal de educação e representantes de sindicatos realizaram um protesto em frente à Casa Legislativa

A manifestação ocorreu após a emissão de parecer desfavorável ao Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 008/2025, de autoria do Executivo Municipal, que propõe alterações na Reforma do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) do município. 

Foto: Reprodução/Portal da transparência CMM 

Durante a sessão, o vereador Rodrigo Guedes (PP) questionou o PL, sugerindo que o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), o retirasse de tramitação. Para o parlamentar, a proposta é irrazoável e desproporcional, e não considera adequadamente a realidade enfrentada pelos servidores. 

Guedes ressaltou ainda que o projeto deveria ter sido discutido previamente com os órgãos da Prefeitura antes de chegar à Câmara Municipal, garantindo um debate mais amplo e transparente sobre a reforma do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).

Vereador Rodrigo Guedes (PP) — Foto: Assessoria do parlamentar 

“Hoje, presenciamos aqui em frente à Câmara Municipal de Manaus, a maior manifestação de servidores públicos deste século. E podem ter certeza, senhoras e senhores vereadores, isso vai aumentar e não vai parar por aí. Por isso, a sugestão que faço é que os servidores da base se reúnam com o prefeito David Almeida e peçam a retirada deste projeto de lei”, disse Guedes. 

O parlamentar ainda finalizou destacando que qualquer vereador que votar contra o projeto estará se posicionando como adversário dos servidores públicos de Manaus.

Protesto e paralisação das aulas 

Durante o protesto, cerca de 140 escolas da rede municipal de Manaus suspenderam as aulas devido à paralisação dos professores. A categoria critica o aumento da carga horária de trabalho, argumentando que a medida desconsidera o desgaste físico e emocional dos profissionais e representa um retrocesso nos direitos.

Os educadores afirmam que a manifestação faz parte de um indicativo de greve, com o objetivo de pressionar pela retirada do projeto de tramitação, já que ele ainda não foi debatido em plenário. O Sindicato de Professores e Pedagogos de Manaus convocou uma assembleia às 19h desta quarta-feira para decidir sobre a possível deflagração da greve.

Além disso, os professores também criticam a falta de diálogo prévio da Prefeitura e consideram que o momento político é inoportuno para a análise da reforma do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), temendo que o projeto seja apreciado a qualquer momento, mesmo sem constar na pauta da Câmara Municipal nesta quarta-feira.

Foto: Reprodução/Diaadia Notícias 

Segundo a Prefeitura de Manaus, a reforma proposta pela Manaus Previdência (Manausprev) é essencial para equilibrar as contas do regime próprio de aposentadoria, que, sem as alterações, poderia acumular um déficit de R$ 938 milhões até 2038. 

O Diário da Capital solicitou esclarecimentos à Prefeitura de Manaus sobre o diálogo prévio com servidores e sindicatos, o planejamento que indica o possível déficit e o posicionamento oficial diante das manifestações e paralisações de professores em frente à CMM. Até o fechamento desta matéria, não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para manifestação.

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