Segurança

Amazonas lidera ranking dos estados mais perigosos para dirigir, aponta estudo 

A pesquisa avaliou os 26 estados e o Distrito Federal com base no Índice IRIS (Indicadores Rodoviários Integrados de Segurança), que mede o desempenho de cada local em relação à segurança no trânsito

Escrito por Redação
22 de setembro de 2025
Foto: Elton Viana/Semcom

O Amazonas ocupa a última posição no ranking de segurança viária entre todas as unidades federativas do Brasil, segundo levantamento divulgado nesta semana pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). A pesquisa avaliou os 26 estados e o Distrito Federal com base no Índice IRIS (Indicadores Rodoviários Integrados de Segurança), que mede o desempenho de cada local em relação à segurança no trânsito.

O estudo leva em consideração sete pilares do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), incluindo critérios como:

  • qualidade das vias;
  • fiscalização;
  • educação para o trânsito;
  • atendimento às vítimas;
  • promoção da saúde e normatização. 

O Amazonas teve desempenho insatisfatório em todos esses pontos, consolidando-se como o estado com o pior índice geral do país.

Em contraste, o Distrito Federal foi considerado o mais seguro para motoristas. A capital federal apresentou resultados significativamente superiores, especialmente em comparação aos estados da Região Norte, que concentram os piores desempenhos da pesquisa. Pará, Roraima e Amapá também figuram entre os últimos colocados do ranking.

O levantamento tem como objetivo subsidiar políticas públicas voltadas à redução de acidentes e à melhoria das condições de tráfego em todo o território nacional.

Ranking de segurança viária no Brasil:

  • Distrito Federal – 4,00
  • Rio Grande do Sul – 3,86
  • Goiás – 3,71
  • Paraná – 3,71
  • Rio de Janeiro – 3,71
  • São Paulo – 3,57
  • Ceará – 3,29
  • Mato Grosso do Sul – 3,29
  • Rondônia – 3,29
  • Espírito Santo – 3,14
  • Mato Grosso – 3,14
  • Pernambuco – 3,14
  • Paraíba – 3,00
  • Rio Grande do Norte – 3,00
  • Santa Catarina – 3,00
  • Sergipe – 3,00
  • Tocantins – 3,00
  • Minas Gerais – 2,86
  • Bahia – 2,71
  • Acre – 2,57
  • Alagoas – 2,57
  • Piauí – 2,57
  • Amapá – 2,29
  • Maranhão – 2,29
  • Roraima – 2,29
  • Pará – 2,14
  • Amazonas – 1,86

Metodologia do IRIS

O projeto IRIS avaliou os estados e o DF com base em sete pilares do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans):

  • Gestão da Segurança no Trânsito;
  • Vias Seguras;
  • Segurança Veicular;
  • Educação para o Trânsito;
  • Vigilância, Promoção da Saúde e Atendimento às Vítimas;
  • Normatização e Fiscalização;
  • Indicadores de Mortalidade.

Destaques por pilar

Veja como estado se saiu em cada aspecto avaliado pelo estudo.

Gestão da Segurança no Trânsito: avalia governança viária, integração ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT), qualidade dos dados do RENAEST (Registro Nacional de Sinistros e Estatísticas de Trânsito) e transparência dos Detrans.

Melhores: DF (10), SP (8,1), MS (7,7), RJ (7,7), MT (7,4);

Piores: BA (1,7), TO (1,6), RN (1,6), RR (1,1), PI (0,6), PA (0,4), AP (0).

Vias Seguras: analisa pavimento, sinalização e extensão de rodovias em condições ruins.

Melhores: SP (10), DF (8,5), MS (8,1), AL (8,0);

Piores: MG (4,9), PA (4,4), MA (4,1), AP (3,9), AM (0,6), AC (0).

Segurança Veicular: considera itens como airbags, freios ABS e ISOFIX, além da renovação da frota.

Melhores: PA (10), MA (9,7), TO (8,8), RR (8,7), MT (8,7), AC (8,0);

Piores: SC (3,2), PR (1,2), DF (1,2), RS (0,4), SP (0,1), RJ (0).

Educação para o Trânsito: avalia comportamento dos condutores e efetividade da fiscalização.

Melhores: RS (10), TO (9,1), SC (9,1), ES (9,1), MG (8,5), SE (8,2);

Piores: PA (5,7), MT (5,6), PB (5,4), PI (3,3), RR (0,9), AM (0).

Vigilância, Promoção da Saúde e Atendimento às Vítimas: considera o número de profissionais de saúde, leitos per capita e estrutura hospitalar.

Melhores: RO (10), RS (9,0), GO (8,5), PI (8,1), PB (8,0), PE (7,8)

Piores: SP (4,0), AC (3,4), AP (2,7), PA (2,2), AM (1,1), SE (0)

Normatização e Fiscalização: avalia cobertura tecnológica, eficiência na aplicação da lei e registro de infrações.

Melhores: DF (10), GO (4,5), CE (3,4), RJ (3,4), TO (2,7), PB (2,5);

Piores: AL (0,8), MA (0,6), RR (0,5), RO (0,3), AM (0), AC (0).

Indicadores de Mortalidade: mede taxas de óbitos por veículos, habitantes e quilômetros rodados.

Melhores: SP (10), DF (10), RS (8,6), AP (8,5), RJ (8,5), AC (8,3);

Piores: PB (3,7), MT (3,7), MA (2,9), AL (2,4), TO (2,0), PI (0).

Desigualdades regionais

O painel revela contrastes claros: enquanto o DF, estados do Sul e parte do Centro-Oeste concentram os melhores indicadores, os estados do Norte dominam a faixa inferior do ranking.

Para os especialistas do ONSV, esse desequilíbrio expõe fragilidades históricas em infraestrutura, fiscalização e atendimento às vítimas nessas regiões.

“O objetivo é transformar os dados apresentados pelas unidades da Federação em informações mínimas para uma melhor gestão do trânsito nas respectivas áreas de atuação”, afirma o Observatório. 

Em nota, o Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) informou que os dados usados no estudo não refletem a realidade do Amazonas porque foram baseados em números de 2022, devido a uma falha no abastecimento da ferramenta Pnatrans. O órgão afirmou que já trabalha na atualização das informações.

Segundo o Detran, as fiscalizações resultaram em aumento de autuações: de 71.139 em 2023 para 95.069 em 2024. Em 2025, até setembro, já foram registradas 94.001 infrações, com expectativa de crescimento de quase 32% em relação ao ano anterior.

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