Aumento nos casos de malária durante as férias acende o alerta em Manaus

Durante o mês de julho, período em que cresce a movimentação de pessoas em áreas de risco como igarapés, margens de rios e balneários, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), emitiu um alerta à população sobre os perigos da doença. O tratamento é gratuito e está disponível na rede pública de saúde.

Em 2024, já foram registrados 2.199 casos de malária até meados de junho. No ano anterior, entre julho e dezembro, foram notificados 3.652 casos, o que representou um aumento de 152,5% em relação ao primeiro semestre. Os sintomas da doença como:

• Febre;
• Calafrios;
• Dor de cabeça.

Sintomas que são frequentemente confundidos com os da gripe, o que pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento.

Segundo a chefe do Núcleo de Controle da Malária da Semsa, Ilauana Oliveira Paz, o clima quente e a vazante dos rios favorecem a proliferação do mosquito Anopheles, transmissor da doença. A preocupação é ainda maior durante o período de férias escolares, quando muitas famílias se deslocam para sítios e áreas rurais.

“No período de verão amazônico, com menos chuvas, a população passa a frequentar as áreas de risco para malária, como os igarapés, margens de rios e lagos, que são locais de reprodução do mosquito. Mas no mês de julho há uma preocupação maior por causa do período de férias escolares. Alguns pais também tiram férias em julho para acompanhar os filhos e fazem passeios para balneários e sítios”, comentou.

A Semsa reforça a importância de procurar atendimento médico ao apresentar sintomas como:

• febre;
• calafrios;
• dor de cabeça;
• sudorese. 

A malária costuma se manifestar de 12 a 15 dias após a exposição ao mosquito. Ilauana destaca que moradores da zona urbana, em geral, demoram mais para suspeitar da doença, o que pode levar à evolução dos casos e à necessidade de internação hospitalar.

Para ampliar o acesso ao diagnóstico, a rede municipal passou de 10 para 41 pontos de atendimento na zona urbana e conta com 21 unidades na zona rural, além da preparação da Unidade de Saúde da Família Áugias Gadelha. O tratamento é inteiramente gratuito e fornecido pela rede pública.

Recomendações de prevenção

A Semsa orienta a população a adotar medidas preventivas ao visitar áreas de risco:

• Utilizar repelente;
• Evitar exposição nos horários de maior atividade do mosquito (amanhecer e entardecer);
• Usar roupas de mangas compridas e calças, principalmente em trilhas ou matas.
  

Também é recomendado que familiares e acompanhantes de pessoas que visitaram áreas de risco façam o exame, mesmo sem sintomas, pois há possibilidade de infecção assintomática.

O controle da malária em Manaus inclui estratégias como:

• Instalação de mosquiteiros em áreas endêmicas;
• Monitoramento de criadouros naturais e artificiais (como tanques de piscicultura);
• Busca ativa de casos e identificação de assintomáticos;
• Aplicação de fumacê (termonebulização) e uso de biolarvicidas.
  

Sintomas e riscos

A malária é uma doença infecciosa aguda causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. Pode evoluir para formas graves se não for diagnosticada e tratada precocemente, mas tem cura. Em caso de suspeita, a orientação é procurar uma unidade de saúde de referência para a realização do exame o quanto antes.