Política

Vereadores criticam fim do pagamento em dinheiro no transporte público de Manaus 

O novo método terá início a partir desta segunda-feira (23); 14 linhas serão aceitas pagamentos digitais

Escrito por Kataryne Dias
18 de junho de 2025
Foto: Divulgação

A partir do dia 23 de junho, passageiros do transporte coletivo de Manaus não poderão mais pagar as passagens em dinheiro nos terminais e estações de integração da capital. Além disso, 14 linhas de ônibus passarão a aceitar apenas pagamentos digitais. A medida foi anunciada nesta terça-feira (17) pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram).

O acesso aos terminais passará a ser feito apenas por meios eletrônicos: 

  • Cartão PassaFácil; 
  • QR Code gerado pelo aplicativo “Cadê Meu Ônibus Recarga”;
  • Cartões bancários por aproximação, aceitos apenas nas catracas dos terminais.

Linhas de ônibus alteradas: 

616, 125, 672, 300, 019, 690, 605, 623, 042, 209, 102, 625, 708 e A407. 

De acordo com o Sinetram, a mudança atende a um acordo com o Ministério Público e tem como principal objetivo aumentar a segurança nos coletivos, reduzindo a circulação de dinheiro, o que pode inibir assaltos. O órgão afirmou ainda que a seleção das 14 linhas foi feita com base em dados que apontaram baixo uso de dinheiro nessas rotas. 

A decisão, no entanto, gerou críticas de vereadores durante a 51ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Manaus (CMM), realizada nesta quarta-feira (18).

O vereador Paulo Tyrone (PMB) foi um dos primeiros a se manifestar contra a decisão. Ele questionou a validade da medida e destacou os frequentes relatos de falhas no sistema de bilhetagem digital.

“Nas páginas do Sinetram, as reclamações são inúmeras. O sistema apresenta diversos problemas, inclusive de validação. Temos legislações sendo desrespeitadas. O Sinetram está contrariando o direito ao pagamento imediato e sem restrições. Precisamos discutir esse tema com a sociedade e decidir o que é melhor para a cidade”, afirmou.

Já o vereador Coronel Rosses (PL) apontou possíveis irregularidades legais na decisão e cobrou uma análise jurídica da Câmara.

“Ninguém neste país pode recusar o recebimento de moeda nacional. Isso não tem fundamento. O assaltante que entra no ônibus não está atrás de troco, está atrás dos passageiros. Essa decisão precisa ser apurada e debatida com seriedade”, declarou.

O vereador Jaildo Oliveira (PV) também se posicionou contra a nova política, afirmando que a mudança não passou por consulta pública e que pode representar o fim da função de cobrador.

“Somente o Sinetram e o IMMU participaram disso. O povo ficou de fora dessa decisão. Esse novo modelo não melhora a segurança do povo, só protege o dinheiro dos empresários. O povo vai ficar refém desse sistema”, disse.

Serviços

O Sinetram ampliou os serviços para emissão do Cartão Passa Fácil na modalidade Comum, sem necessidade de agendamento. O cartão pode ser solicitado em postos de atendimento na sede do sindicato, no Shopping Phelippe Daou, no Terminal 7 e em outros terminais de integração. Para retirar o cartão, é preciso apresentar RG e CPF. A segunda via do cartão tem uma taxa de R$ 20,00. 

Também é possível solicitar o cartão online, com opção de entrega em casa ou retirada em um dos terminais, via atendimento no Telegram. Além disso, serão disponibilizados cartões pré-pagos, com recarga instantânea e sem necessidade de cadastro, que poderão ser recarregados via débito, crédito, Pix ou dinheiro.

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