Inaugurou nesta terça-feira (17/6) o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI), criado como um espaço estratégico para o enfrentamento de crimes transnacionais na região amazônica. A cerimônia ocorreu na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Manaus, e contou com a presença de diversas autoridades nacionais ligadas à segurança pública e ao meio ambiente.
Coordenado pela Polícia Federal, o centro atuará em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Força Nacional. O objetivo é combater crimes ambientais e ilícitos correlatos, como lavagem de dinheiro, grilagem de terras públicas e sonegação de impostos.
A iniciativa resulta dos compromissos firmados entre o Brasil e os países da Pan-Amazônia — Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela — por meio da Carta de Belém. Também fazem parte os estados brasileiros da Amazônia Legal.
Durante a cerimônia, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, destacou a importância da atuação integrada entre as instituições.
“Eu tenho dito muitas vezes que segurança pública não se faz com frase de efeito, não se faz com grandes espetáculos, não se combate violência com mais violência, mas se faz com inteligência, com sabedoria, com estratégia, com integração. O que fazemos no dia a dia é a cooperação doméstica e a cooperação internacional”, afirmou.
De acordo com informações passadas durante o evento, a implementação do centro, que será um dos pilares do Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano Amas), iniciativa do governo federal voltada à repressão de crimes na Amazônia Legal, ocorreu por meio de parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com recursos do Fundo Amazônia no valor de R$ 318,5 milhões. Desse montante,
R$ 36,7 milhões foram destinados especificamente ao CCPI para aluguel do imóvel por três anos e aquisição de equipamentos, mobiliário, viaturas e lanchas.
Cerimônia de inauguração
A cerimônia de inauguração contou com a presença do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, do diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, entre outros representantes.
Segundo Aloizio Mercadante, o novo centro simboliza um avanço na união entre tecnologia e proteção ambiental.
“Estamos unindo inteligência, tecnologia e cooperação internacional para proteger a Amazônia e garantir a soberania brasileira sobre esse território vital para o futuro do planeta”, afirmou.

O ministro Ricardo Lewandowski também destacou a relevância da integração entre países para o sucesso das operações.
“Não há mais outra solução, não é mais um município, não é mais o estado, não é mais o país sozinho que pode enfrentar esse flagelo global. É preciso que os países se unam para combater o crime organizado, trocando informações, desenvolvendo ações coordenadas e, sobretudo, intercambiando dados de inteligência”, disse.
Entre os presentes, o deputado estadual Comandante Dan (Podemos) avaliou positivamente a proposta do centro. Antes de discursar, ele destacou o caráter inovador da iniciativa.
“O CCPI é uma inovação. A partir da efetivação nós teremos os resultados oferecidos com ações integradas nas questões ambientais e de segurança pública de um modo geral”, disse. “Nós precisamos de novas práticas e este centro representa exatamente isso, a presença de diversos entes, pessoas e tecnologias disponibilizadas que farão com que as ações integradas possam acontecer em tempo real”, completou o parlamentar.
Atividades do CCPI
O centro atuará de forma articulada com forças de segurança pública dos nove estados da Amazônia Legal:
- Acre
- Amapá
- Amazonas
- Maranhão
- Mato Grosso
- Pará
- Rondônia
- Roraima
- Tocantins
Também poderão ser integrados às atividades agentes de segurança dos outros países da Pan-Amazônia. Organismos multilaterais como a Interpol, Ameripol e Europol serão convidados a se somar aos esforços, permitindo assim um fluxo diário e permanente de dados de inteligência e a pactuação de operações e investigações conjuntas.