Política

“Verdadeira Sodoma e Gomorra”, diz vereador sobre o festival #SouManaus, ao criticar a falta de transparência nos gastos públicos

Durante a 76ª Sessão Ordinária, realizada nesta terça-feira (9/9), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), parlamentares da Casa criticam a apresentação de artistas durante o festival e cobram transparência nos gastos públicos.

Escrito por Kataryne Dias
9 de setembro de 2025
Foto: Arquivo/ Semcom

Durante a 76ª Sessão Ordinária, realizada nesta terça-feira (9/9), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereadores voltaram a discutir e cobrar transparência sobre os valores do evento “#SouManaus Passo a Paço 2025”, realizado nos dias 5, 6 e 7 de setembro, no Centro da cidade.

O vereador Coronel Rosses (PL) afirmou que parte dos parlamentares da Casa demonstraram desinteresse em apurar os gastos do festival. Segundo ele, o evento nunca foi realizado de forma transparente e envolve possíveis irregularidades por parte do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). 

Rosses também criticou a escolha de artistas contratados pela prefeitura, alegando que algumas apresentações fazem apologia à violência ou à sexualidade. Durante seu discurso, exibiu imagens da cantora Ludmilla no telão da sessão plenária. Ele ainda mencionou a Lei nº 593/2025, de autoria do vereador Roberto Sabino (Republicanos), que proíbe o uso de verbas públicas municipais para a contratação de artistas cujas obras promovam violência, apologia ao crime ou sexualização excessiva.

Cantora Ludmilla no festival em Manaus / Foto: Divulgação 

“Eu não vou ser leviano, nem tão baixo quanto foi esse show, no qual essa cantora, que não citarei o nome, se apresentou diante de crianças que, infelizmente, estavam no evento. Isso mostra, mais uma vez, o desprezo do prefeito de Manaus pela lei, pela justiça e, principalmente, por esta Casa. A Lei  foi aprovada aqui e precisa ser respeitada”, afirmou. 

Ainda durante a sessão, outros parlamentares também se manifestaram sobre o caso. O vereador Raiff Matos (PL) criticou os gastos do festival com recursos públicos, afirmando que o evento desrespeitou as famílias manauaras. Ele classificou algumas apresentações como uma verdadeira “Sodoma e Gomorra”, destacando que Manaus é uma cidade conservadora.

Raiff Matos (PL) / Foto: Assessoria do parlamentar 

Segundo o parlamentar, o festival atenta contra os valores familiares e transmite padrões distorcidos à juventude.

“Qual legado a Prefeitura deixou para as famílias com esse festival? Manaus se transformou numa verdadeira Sodoma e Gomorra. Não em todos os shows, mas em alguns que desrespeitam os valores da família, da educação e da moralidade que sustentam a nossa sociedade, e tudo isso com dinheiro público. Que cultura é essa que banaliza a mulher, que banaliza o sexo, que incentiva a população à pornografia e à imoralidade?”, questionou. 

O que é Sodoma e Gomorra? 

Sodoma e Gomorra são cidades citadas no Antigo Testamento, no livro de Gênesis. De acordo com o relato bíblico, eram lugares marcados por práticas de violência, injustiça e imoralidade. Por esse motivo, segundo a tradição judaico-cristã, Deus decidiu destruir as cidades com fogo e enxofre, poupando apenas Ló e sua família, considerados justos.

Ao longo da história, a referência a Sodoma e Gomorra passou a ser utilizada de forma simbólica para retratar cenários de degradação moral, corrupção de costumes e desrespeito a valores familiares e religiosos. Por isso, a expressão ainda é recorrente em discursos políticos, sociais e culturais quando se quer criticar comportamentos vistos como contrários à moralidade.

Foto: Arquivo/ Semcom 

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