Durante a 76ª Sessão Ordinária, realizada nesta terça-feira (9/9), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereadores voltaram a discutir e cobrar transparência sobre os valores do evento “#SouManaus Passo a Paço 2025”, realizado nos dias 5, 6 e 7 de setembro, no Centro da cidade.
O vereador Coronel Rosses (PL) afirmou que parte dos parlamentares da Casa demonstraram desinteresse em apurar os gastos do festival. Segundo ele, o evento nunca foi realizado de forma transparente e envolve possíveis irregularidades por parte do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).
Rosses também criticou a escolha de artistas contratados pela prefeitura, alegando que algumas apresentações fazem apologia à violência ou à sexualidade. Durante seu discurso, exibiu imagens da cantora Ludmilla no telão da sessão plenária. Ele ainda mencionou a Lei nº 593/2025, de autoria do vereador Roberto Sabino (Republicanos), que proíbe o uso de verbas públicas municipais para a contratação de artistas cujas obras promovam violência, apologia ao crime ou sexualização excessiva.

“Eu não vou ser leviano, nem tão baixo quanto foi esse show, no qual essa cantora, que não citarei o nome, se apresentou diante de crianças que, infelizmente, estavam no evento. Isso mostra, mais uma vez, o desprezo do prefeito de Manaus pela lei, pela justiça e, principalmente, por esta Casa. A Lei foi aprovada aqui e precisa ser respeitada”, afirmou.
Ainda durante a sessão, outros parlamentares também se manifestaram sobre o caso. O vereador Raiff Matos (PL) criticou os gastos do festival com recursos públicos, afirmando que o evento desrespeitou as famílias manauaras. Ele classificou algumas apresentações como uma verdadeira “Sodoma e Gomorra”, destacando que Manaus é uma cidade conservadora.

Segundo o parlamentar, o festival atenta contra os valores familiares e transmite padrões distorcidos à juventude.
“Qual legado a Prefeitura deixou para as famílias com esse festival? Manaus se transformou numa verdadeira Sodoma e Gomorra. Não em todos os shows, mas em alguns que desrespeitam os valores da família, da educação e da moralidade que sustentam a nossa sociedade, e tudo isso com dinheiro público. Que cultura é essa que banaliza a mulher, que banaliza o sexo, que incentiva a população à pornografia e à imoralidade?”, questionou.
O que é Sodoma e Gomorra?
Sodoma e Gomorra são cidades citadas no Antigo Testamento, no livro de Gênesis. De acordo com o relato bíblico, eram lugares marcados por práticas de violência, injustiça e imoralidade. Por esse motivo, segundo a tradição judaico-cristã, Deus decidiu destruir as cidades com fogo e enxofre, poupando apenas Ló e sua família, considerados justos.
Ao longo da história, a referência a Sodoma e Gomorra passou a ser utilizada de forma simbólica para retratar cenários de degradação moral, corrupção de costumes e desrespeito a valores familiares e religiosos. Por isso, a expressão ainda é recorrente em discursos políticos, sociais e culturais quando se quer criticar comportamentos vistos como contrários à moralidade.
