A partir desta quinta-feira (03/08), entra em vigor uma trégua de seis meses entre o governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN) para continuar as negociações de paz em Havana, Cuba. O acordo bilateral é o mais longo firmado até hoje entre a Colômbia e o ELN e tem como objetivo suspender ações militares ofensivas de ambas as partes, bem como o fim de sequestros e extorsões realizados pelo grupo armado.
O acordo também prevê a criação do Comitê de Participação Nacional, que terá representantes de diferentes movimentos de povos indígenas, organizações, sindicatos e outras instituições. O grupo percorrerá o país para recolher recomendações e promover a participação da sociedade colombiana no processo de paz.
O presidente de esquerda da Colômbia, Gustavo Petro, retomou as negociações com o ELN visando alcançar a tão desejada "paz total" no país. Para isso, ele busca acelerar as ações previstas no acordo de paz assinado em 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). No entanto, as negociações com o ELN são mais complexas, pois a organização é federal e busca controlar diferentes áreas, especialmente na fronteira com a Venezuela.
Apesar das dificuldades, a entrada em vigor do cessar-fogo nesta quinta-feira deve reduzir as mortes violentas nas regiões onde o ELN tem presença significativa. A trégua pode abrir caminho para que as negociações avancem, mas ainda há desafios a enfrentar.
Uma das áreas mais importantes e complexas é a reforma rural. O governo Petro busca aprovar uma lei que permitirá a recuperação de mais terras, garantindo a distribuição mais equitativa de trabalho, terra e recursos na Colômbia. Embora tenha havido progresso nessa área, a implementação tem sido lenta devido a questões institucionais e burocráticas.
