No Dia Mundial do Trânsito, especialistas defendem ônibus de qualidade como solução para o trânsito de Manaus

Com 1 milhão de carros circulando, é possível diminuir o fluxo e melhorar o transporte público coletivo de Manaus?

5 de maio de 2025
Reprodução/Internet

Enquanto cidades ao redor do mundo investem em transporte coletivo e colhem os frutos de uma mobilidade urbana mais eficiente, Manaus, com um milhão de veículos nas ruas, marca alcançada em abril deste ano, enfrenta o desafio do crescimento acelerado da frota de veículos e a falta de um sistema público atrativo para a população.

Neste 5 de maio, Dia Mundial do Trânsito e da Cortesia ao Volante, o Diário da Capital ouviu dois especialistas em trânsito e mobilidade urbana para discutir soluções efetivas para esse problema. A pergunta central é: seria possível reduzir o número de carros em Manaus?

Para Rafael Cordeiro, especialista em mobilidade urbana, a resposta é clara: “Sim, é possível, desde que haja uma política pública eficaz voltada para o fortalecimento do transporte coletivo”. Ele defende que o crescimento da frota é resultado direto da ausência de alternativas eficientes para a população. “Ao tornar o transporte coletivo confiável, rápido e confortável, as pessoas naturalmente deixarão o carro em casa. Com isso, reduzimos congestionamentos, acidentes e a poluição, melhorando a qualidade de vida nas cidades”, afirma.

Já Manoel Paiva, também especialista na área, acredita que o crescimento da frota é um reflexo natural do aumento populacional. No entanto, concorda que priorizar o transporte público é urgente.

“Precisamos melhorar a qualidade do transporte coletivo, isto é, diminuir o tempo de espera nas paradas e terminais, diminuir o tempo de deslocamento entre os destinos, aumentar o número de viagens dos ônibus, diminuir a superlotação nos horários de pico e tornar o transporte coletivo mais seguro e atraente”, ressalta.

Exemplos de mobilidade urbana

Cidades como Tóquio (Japão), Paris (França), Berlim (Alemanha), Copenhague (Dinamarca) e Hong Kong (China) são exemplos de centros urbanos onde o transporte público é amplamente utilizado, superando o uso de carros particulares. Esses locais investem constantemente em infraestrutura, pontualidade e conforto, além de políticas urbanas integradas que priorizam pedestres, ciclistas e passageiros.

No Brasil, São Paulo é uma das cidades que adotaram medidas como o rodízio de veículos, buscando conter o excesso de carros nas ruas. A capital paulista também investe em corredores exclusivos de ônibus e em sistemas de metrô e trem, embora ainda enfrente desafios semelhantes aos de Manaus.

Para especialistas, o caminho está claro: não basta restringir veículos, é preciso oferecer alternativas reais e eficientes. Em Manaus, o caminho para uma mobilidade saudável é longo, a ausência de foco em melhorias no transporte público e frotas de ônibus que não suprem a necessidade da população são apenas alguns dos dilemas enfrentados. 

O Diário da Capital questionou a Prefeitura de Manaus sobre quais ações foram tomadas no último ano para contribuir para a melhoria da mobilidade urbana da cidade, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria. 

A mobilidade urbana do futuro exige planejamento, investimento e prioridade para o coletivo. Afinal, como apontam os dados, cidades que escolhem o transporte público colhem resultados em segurança, sustentabilidade e qualidade de vida.

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