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Lula critica armas e diz que quem compra é o crime organizado

Presidente chamou ainda de covarde quem anda armado e disse querer polícia inteligente

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August 14, 2023
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Nesta segunda-feira, 14, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou novamente as armas e classificou compradores de crime organizado ou "quem não quer fazer o bem a ninguém". As declarações foram dadas durante a sua live semanal, "Conversa com o presidente".

"Tá cheio de primo que não conversa mais com primo. Que estupidez é essa? A gente não era assim, Brasil não era assim. Depois que apareceu alguém querendo armar o povo brasileiro. Quem é que quer comprar armas? Crime organizado e algumas pessoas que não querem fazer bem a ninguém", disse, sem mencionar diretamente Bolsonaro. O mandatário, que chegou a restringir as regras flexibilizadas por Jair Bolsonaro (PL) para a compra de armas, disse ainda que "quem anda armado é covarde".

"Quem anda armado é um covarde, tem medo. Se você for do bem, você não tem que andar armado. Se alguém ofender, não precisa ofender. Quando um cachorro late para gente, a gente não late para o cachorro", completou.

Durante a live desta segunda, Lula comentou ainda, de forma indireta, a morte de uma criança de 5 anos por bala perdida, no estado do Rio de Janeiro, durante ação da polícia. O presidente disse querer uma polícia preparada e inteligente, não atirando a esmo.

"Que bala perdida é essa? Alguém atirou para aquele lado, porque senão a bala não se perdeu, foi atirada para aquele lado para atingir alguém e pegou uma criança de 5 anos de idade. Onde a gente vai parar com esse tipo de comportamento, de violência, e muitas vezes é a própria polícia que atira", afirmou.

"Quando a gente fala assim, as pessoas pensam que a gente é contra a polícia. Não somos contra a polícia, não. Queremos uma polícia bem preparada, bem instruída, com bastante inteligência. O que não pode é sair atirando a esmo, sem saber pra onde atira, porque essa bala perdida é um pouco isso. Atirei alguém e matei outra pessoa. Que brincadeira é essa?", continuou.

Em 21 de julho, Lula assinou decreto que amplia restrições para o acesso a armas no país, reduzindo o limite por pessoa. Sob Bolsonaro, um atirador podia ter até 60 unidades (sendo 30 classificadas como de uso restrito das forças de segurança e Forças Armadas). Agora, o número caiu para 16 (sendo 4 de uso restrito).

Além disso, o decreto traz medidas que criam dificuldades para quem decidir continuar com as armas, como o encurtamento do prazo de renovação de registro. Outra mudança foi passar para a Polícia Federal a responsabilidade sobre a fiscalização dos chamados CACs (caçadores, atiradores e colecionadores). Até então, essa atribuição ficava com o Exército.

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