O hacker Walter Delgatti reiterou à Polícia Federal que recebeu R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos falsos. A informação foi divulgada pelo advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, após o depoimento do hacker à PF em Brasília.
O advogado afirmou que Delgatti confirmou o que já havia dito em seu primeiro depoimento à PF em São Paulo no mês anterior. No depoimento atual, o hacker também mencionou uma conversa e apontou pessoas próximas a Carla Zambelli que estariam envolvidas na invasão.
De acordo com a defesa, os R$ 40 mil foram pagos a Delgatti por meio de depósitos bancários e dinheiro em espécie, entregue por um assessor de Zambelli. A partir dessas novas evidências, o advogado espera que Delgatti seja libertado. O hacker estava preso em Araraquara (SP) desde 2 de agosto e foi transferido para Brasília, onde compareceu à sede da PF.
Em resposta, a defesa da deputada Carla Zambelli informou que irá se manifestar após ter conhecimento completo dos autos e do depoimento. Eles reforçaram a negação de qualquer conduta ilícita ou imoral por parte da parlamentar, incluindo qualquer pagamento ao hacker.
Além disso, o advogado confirmou que Delgatti irá comparecer à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, mas a defesa solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele possa permanecer em silêncio durante o depoimento na comissão.