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<p class="has-text-align-center"><strong>TEXTO COM <mark style="background-color:rgba(0, 0, 0, 0)" class="has-inline-color has-vivid-red-color">SPOILERS</mark></strong></p>
<p>Em 2008 quando o primeiro longa do Homem de Ferro foi lançado era difícil imaginar que o MCU iria se tornar o que é hoje. Provavelmente o maior fenômeno da cultura mundial desde Star Wars. A Marvel possui o poder de causar sentimentos extremos aos fãs com simples frases, aparições de personagens ou referências. Todos foram à loucura ao ver três gerações de Homens Aranha se encontrando em “Sem Volta Para Casa”, por exemplo.</p>
<p>Em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, vemos Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) conhecendo America Chavez (Xochitl Gomez) que estava fugindo de um ser demoníaco o qual tentava roubar o seu poder de viajar entre universos e, acidentalmente, vêm parar no Universo que já acompanhamos há quase 15 anos.</p>
<p>Quando o segundo filme do Mago Supremo foi anunciado, todos os boatos apontavam que seria o primeiro filme de terror do MCU. A ideia por si só empolga, já que seria algo bem distante da chamada “Fórmula Marvel”.</p>
<p>O diretor Sam Raimi (Homem-Aranha e Evil Dead) consegue, sim, trazer elementos de terror muito interessantes para a trama. Elementos visuais, sonoros e artísticos que remetem aos clássicos<em> slashers </em>dos anos 80, às histórias sobre possessão e exorcismo, assim como consegue colocar <em>jumpscares </em>que funcionam bem.</p>
<p>Usar Wanda como vilã também foi uma ideia muito assertiva. Com a base para isso tendo sido construída na série WandaVision (Disney+), a Feiticeira Escarlate impõe medo aos nossos heróis graças as sequências de ação com elementos de horror e a incrível atuação de Elizabeth Olsen.</p>
<p>Apesar disso, o filme várias vezes derrapa nessa viagem entre gêneros, perdendo-se entre o horror, o ridículo e o drama. Da mesma forma, ele começa tramas e traça objetivos para os personagens que não chegam a lugar nenhum. Além de diversas escolhas de direção e conveniências no roteiro que são, no mínimo, questionáveis.</p>
<p>Vemos atores que sabemos serem bons, apresentando atuações teatrais e exageradas que se repetem ao longo do filme, o que nos faz perceber ser o objetivo do diretor, mas que não convence e causa apenas estranhamento.</p>
<p>As sequências de ação são bonitas, criativas, muito bem-feitas e renovam bem esse elemento que foi igualmente satisfatório no primeiro filme do Mago.</p>
<p>Em Multiverso da Loucura quando Sam Raimi o acerta faz muito bem. Mas quando erra o faz de maneira até esdrúxula. O filme deixa um gosto amargo na boca, uma sensação de que poderia ter sido muito mais, porém acaba sendo salvo pela emoção que provoca com aparições chaves de personagens que são aguardados há muito tempo. A Marvel possui um poder muito forte em suas mãos: os sentimentos dos fãs. Mas não pode usar isso de muleta sempre que fizer filmes abaixo da média. A Casa das Ideias deve se reinventar e voltar a marcar a cultura pop como fez com o primeiro Homem de Ferro ou Guardiões da Galáxia, se não pode acabar se resumindo a um espetáculo de luzes brilhantes e <em>fanservices</em>.</p>