“A educação do estado do Amazonas está avançando e avançando muito, principalmente pela qualidade e a representatividade”, afirmou o deputado estadual Sinésio Campos (PT), durante sessão realizada nesta terça-feira (14/10) na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
A declaração do professor concursado da rede pública, porém, contrasta com os dados do Ranking de Competitividade dos Estados 2025, divulgado neste mês pelo Centro de Liderança Pública (CLP), que coloca o Amazonas na última posição nacional em desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
“Eu creio que é relativo, não é geral. Esses dados não são gerais. Não podemos dizer que todos os municípios do estado do Amazonas tiveram esse rendimento. A educação do estado está avançando, principalmente pela qualidade e a representatividade. A questão do Enem é mais inerente às pessoas, aos estudantes”, declarou Sinésio, minimizando os números apresentados pela pesquisa.

Apesar da visão otimista do parlamentar, os dados mostram um cenário preocupante. De acordo com o ranking, que usa informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Amazonas teve média de 505,3 pontos no Enem, a mais baixa entre os 27 estados brasileiros. O estado ficou atrás inclusive de todos os seus vizinhos da região Norte:
- Roraima (525,4);
- Rondônia (523,8);
- Tocantins (520,8);
- Acre (516,9);
- Amapá (514,3);
- Pará (511,7).
O levantamento ainda revela uma diferença significativa entre o desempenho do Amazonas e os estados mais bem colocados: São Paulo lidera o ranking com média de 565,8 pontos, seguido por Santa Catarina (565,2) e o Distrito Federal (565,1).
Para o deputado Cabo Maciel (PL), presidente da Comissão de Educação da Aleam, o resultado é reflexo de problemas estruturais e de gestão. “A comissão tem feito sua parte, visitado as escolas, ouvido professores e gestores tanto na capital quanto no interior. As dificuldades são latentes”, afirmou.
Ele ressaltou que os relatórios da comissão são repassados à Secretaria de Estado de Educação (Seduc), mas que a responsabilidade pela melhoria dos indicadores é da própria secretaria.
“A comissão tem tentado alimentar a secretaria de informações, mas quem tem que fazer esse trabalho de aprimorar as notas é a secretaria. Faltou empenho de uma forma geral, com servidores ainda muito insatisfeitos. Temos que ter nossos professores e mestres valorizados. É um conjunto de situações”, completou Maciel.

O resultado negativo no Enem reacendeu o debate sobre a qualidade da educação pública no Amazonas e evidencia a necessidade de políticas mais eficazes para melhorar o desempenho dos estudantes e valorizar os profissionais da área.
O Diário da Capital voltou a questionar o Governo do Amazonas e a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc) sobre a repercussão do caso, mas até o fechamento desta reportagem não tivemos retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos.