No sábado (13), um policial de Butler, Pensilvânia, conseguiu avistar Thomas Matthew Crooks no telhado antes de ele atirar em Donald Trump, conforme relatado pelo xerife Michael Slupe à Associated Press na segunda-feira (15). Mesmo com a identificação, o agente não conseguiu deter Crooks, que disparou contra o ex-presidente usando um fuzil AR-15, atingindo-o na orelha.
Trump foi prontamente protegido e removido do local por agentes do Serviço Secreto dos EUA. “Eu deveria estar morto”, declarou em sua primeira entrevista após o incidente, que está sendo tratado pelo FBI como um potencial ato de terrorismo doméstico.
Diversas pessoas presentes no comício relataram à polícia local o comportamento suspeito de Crooks antes do ataque, informou um oficial sob anonimato. Vídeos que circulam nas redes mostram esses alertas momentos antes do disparo.
DETALHES DA TENTATIVA DE ASSASSINATO
Michael Slupe detalhou que o policial que avistou Crooks foi ajudado por outro oficial a alcançar a borda do telhado. Quando avistou Crooks, o atirador apontou o fuzil em sua direção, fazendo com que o policial se desequilibrasse e caísse do telhado. Isso explica porque o policial não conseguiu sacar sua arma no momento do encontro.
“Acho que todos os policiais no local fizeram tudo o que podiam, especialmente os policiais locais. Espero que não sejam responsabilizados injustamente, pois atuaram da melhor forma possível”, disse Slupe à AP.
Tom Knights, gerente do município de Butler, acrescentou que o policial perdeu o equilíbrio e não estava recuando quando caiu de uma altura de aproximadamente 2,4 metros. “Ele estava literalmente pendurado na borda de um prédio e assumiu a posição defensiva necessária. Não conseguiu se segurar”, explicou Knights.
O policial, com 10 anos de experiência, sofreu uma lesão grave no tornozelo e está usando uma bota ortopédica, conforme informado por Knights.
Além do policial de Butler, um membro da unidade de serviços de emergência do Condado de Beaver também avistou Crooks no telhado cerca de meia hora antes do ataque, segundo o jornal “WPXI”, afiliado da “NBC”.
FALHAS NA SEGURANÇA
Especialistas apontam que o ataque revelou falhas significativas na segurança do comício. O Serviço Secreto dos EUA estava encarregado da segurança, com apoio de agentes locais. Investigadores preliminares indicam que a área do telhado utilizada pelo atirador, a menos de 150 metros de onde Trump discursava, deveria estar sob responsabilidade do Serviço Secreto.
Kimberly Cheatle, diretora do Serviço Secreto dos EUA, classificou o tiroteio como “inaceitável” e afirmou que não renunciará ao cargo.