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Saúde e Bem Estar

Uso excessivo de chinelos pode causar problemas de saúde musculoesquelética

Especialistas alertam sobre os riscos do uso prolongado de chinelos e recomendam alternativas para proteger os pés e o corpo.

Escrito por
Redação
July 07, 2024
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Foto: Reprodução/Farol da Bahia

Botou no pé e pronto, há quem use chinelo para tudo. Não à toa esse calçado é usado há milênios, por diferentes povos, do Oriente ao Ocidente. Popularizado após a Segunda Guerra, depois de trazido do Japão por soldados americanos, hoje atende bem em casa ou para passeios informais, sobretudo em dias quentes.

Mas agora vem uma notícia desagradável: chinelos, por mais populares que sejam, não são indicados para serem usados por longos períodos, pois podem acarretar problemas biomecânicos. “Não só modelos comuns, como os que oferecem um pouco mais de suporte, conforto e atendem a especificidades (ortopédicos), se usados excessivamente prejudicam a saúde musculoesquelética,” explica Fábio Pimentel, ortopedista e professor da Faculdade de Medicina ITPAC Cruzeiro do Sul, da Afya, no Acre.

Aqui estão alguns prejuízos que podem surgir com o uso demasiado de chinelos:

Fascite plantar: condição dolorosa caracterizada por uma inflamação que atinge o tecido da sola do pé e que conecta o osso que liga o calcanhar aos dedos.

Tendinite: inflamação dos tendões que pode causar dor e limitar a mobilidade.

Instabilidade do tornozelo: podendo aumentar o risco de entorses e lesões.

Agravamento de condições existentes: como joanetes, esporão do calcanhar e artrite, cujos sintomas podem piorar e cooperar para a formação de deformidades.

“Além dos pés, podem ser prejudicadas outras áreas. Não necessariamente de forma imediata, mas ao longo do tempo,” acrescenta Pimentel, citando algumas:

Joelhos: a má postura ao andar de chinelo pode colocar pressão adicional nessas regiões, predispondo síndrome da banda iliotibial (quando a sobrecarga afeta a lateral dos joelhos) e lesões nos meniscos.

Quadris: com a mudança na marcha e na postura, a articulação coxofemoral pode ser afetada e contribuir para o desenvolvimento de bursite ou tendinite.

Pelve: pode acabar desalinhada, resultando em desconfortos ou dores locais.

Coluna vertebral: dores nas costas, especialmente na lombar, são relatadas.

Para minimizar essa série de problemas, limite o uso do chinelo. Para sair, prefira tênis e sapatos fechados com salto mais baixo. Complementarmente, pratique exercícios regulares para fortalecer pés e tornozelos e reduzir o risco de lesões.

“Um dos problemas dos chinelos é que eles não têm tira que se prende atrás, isso então exige mais força para segurar o calçado. Também são muito baixos, finos e flexíveis, o que dificulta e sobrecarrega o caminhar,” esclarece a ortopedista Tania Szejnfeld Mann, chefe do grupo de cirurgia do pé e tornozelo da Unifesp. Quando for comprar chinelo, continua Mann, que ele tenha um solado mais grosso e rígido, seja mais largo e possua a tira anterior e que segura os dedos com diâmetro maior, na transversal. Chinelos que lembram papetes, diz a ortopedista.

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