Enquanto a indústria brasileira de semicondutores aguarda novos incentivos do programa federal Brasil Semicon, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) está se antecipando e já desenvolve um planejamento estratégico para destacar-se no Polo Industrial de Manaus (PIM).
Os semicondutores são componentes essenciais em diversos setores, como eletrônicos, automobilística, médica, agronegócio e tecnologia da informação. O recém-aprovado projeto de lei nº 13/2020, que cria o Brasil Semicon, aguarda apenas a sanção presidencial para se concretizar. Este projeto visa investir em toda a cadeia produtiva de semicondutores, buscando aumentar a competitividade nacional e reduzir a dependência de importações.
PREPARATIVOS DA UEA
A UEA, por meio da sua Escola Superior de Tecnologia (EST/UEA), está se preparando para desempenhar um papel crucial no desenvolvimento do setor. O Prof. Dr. Jucimar Maia Jr., diretor da EST, destacou a importância da formação de mão de obra local especializada para a indústria de semicondutores. “Quanto mais rápido formarmos pessoas e empresas para o nosso polo industrial, mais rapidamente conseguiremos independência em relação às questões geopolíticas que afetam o setor”, afirmou o professor, referindo-se à atual “guerra dos chips” entre EUA e China.
A UEA planeja criar cursos de graduação e pós-graduação voltados para semicondutores, além de firmar parcerias com indústrias para desenvolver projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). O principal projeto da universidade é o Parque Tecnológico, em fase de planejamento, destinado a acelerar negócios em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e criar sinergias com o PIM.
PARQUE TECNOLÓGICO DA UEA
O Parque Tecnológico da UEA será um centro de inovação e desenvolvimento em semicondutores, com laboratórios de microeletrônica e infraestrutura para o design de chips. O objetivo é fomentar a formação de mão de obra qualificada e criar processos de fabricação mais eficientes. O projeto também visa integrar universidades, empresas e o poder público, alinhando-se ao conceito de Tríplice Hélice da Inovação.
Durante o seminário “Semicondutores no Brasil”, realizado pelo Instituto Eldorado em parceria com a UEA e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Hamilton Mendes, diretor do Departamento de Incentivos às Tecnologias Digitais (Deinc) do MCTI, destacou a importância da participação universitária no impulso à produção local de semicondutores. A colaboração entre UEA e MCTI pode fortalecer o setor e posicionar o Brasil como fornecedor preferencial na cadeia global de suprimentos.
EXPECTATIVAS E IMPACTO
O projeto Brasil Semicon, que exige que as empresas invistam 5% de seu faturamento bruto em PD&I, deve reduzir os custos de produção e oferecer produtos eletrônicos mais baratos e de melhor qualidade. Com o incentivo à produção local, o Brasil pretende superar a dependência externa e se tornar um fornecedor significativo para os principais desenvolvedores globais de tecnologia.