Novas pesquisas alertam que a substituição de bebidas com gordura total por alternativas dietéticas pode ser ainda pior do que se pensava anteriormente. Os adoçantes artificiais, encontrados em refrigerantes dietéticos e chicletes sem açúcar, podem aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2, de acordo com cientistas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu novas orientações, informando que trocar o açúcar por adoçantes artificiais não ajudará a perder peso e pode até causar câncer. A recomendação sugere que as pessoas devem optar por alimentos com açúcares naturalmente presentes, como frutas, e evitar alimentos e bebidas adoçados artificialmente.
O novo estudo, publicado no Journal Diabetes, revelou que as pessoas que consomem adoçantes artificiais têm um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com aqueles que não os consomem.
Os pesquisadores escreveram: "As descobertas fortalecem a evidência de que esses aditivos podem não ser alternativas seguras ao açúcar.
"[Também] fornecem informações importantes no contexto da reavaliação mundial contínua de adoçantes artificiais por autoridades de saúde."
Os cientistas franceses analisaram a dieta e a saúde de 105.588 pessoas ao longo de nove anos. Ao final do estudo, 972 participantes haviam desenvolvido diabetes tipo 2.
Os especialistas descobriram que aqueles que consumiam entre 16 e 18mg de adoçantes artificiais por dia tinham uma chance 69% maior de desenvolver a condição do que aqueles que consumiam menos. Já aqueles que consumiam produtos especificamente com aspartame tinham uma chance 63% maior de desenvolver a doença.
Um relatório separado do Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da FAO/OMS (JEFCA) afirmou que os limites diários existentes para o aspartame são seguros. Esses limites estão em torno de 40mg por kg de peso corporal - entre nove e 14 latas - por dia.
Isso significa que, se você pesa 70kg, pode consumir com segurança até 14 latas de Diet Coke diariamente.
No entanto, especialistas independentes alertaram que isso não significa que as pessoas devem almejar beber essa quantidade, pois o consumo excessivo pode causar outros problemas, como erosão dentária.
O Dr. Duane Mellor, da Universidade Aston, afirmou: "Para ser claro, isso não é uma recomendação para consumo. O consumo elevado de qualquer tipo de refrigerante, incluindo as versões dietéticas contendo adoçantes, provavelmente levará ao consumo de alimentos menos saudáveis”.
