Uma pesquisa do Datafolha, divulgada na quinta-feira (20), revelou que dois em cada três brasileiros são contrários ao Projeto de Lei 1904/2024, que propõe equiparar o aborto legal em casos de estupro após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. O levantamento aponta que 66% dos entrevistados rejeitam a proposta, enquanto 29% são favoráveis, 2% estão indiferentes e 4% não souberam responder.
A pesquisa também revelou que 44% dos brasileiros não tomaram conhecimento do projeto. Entre os que têm conhecimento, 24% se consideram bem informados, 27% mais ou menos informados e 4% mal informados. O Datafolha ouviu 2.021 pessoas com pelo menos 16 anos, distribuídas em 115 municípios, entre 17 e 19 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.
REAÇÕES E MEDIDAS
Na última terça-feira (18), após uma ampla reação pública contra o PL, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou a criação de uma “comissão representativa” para debater o tema no segundo semestre. A medida foi vista como um passo para promover um debate mais aprofundado e inclusivo sobre a questão.
A proposta do PL 1904/2024 tem gerado intenso debate e mobilização entre diversos setores da sociedade brasileira, refletindo a complexidade e a sensibilidade do tema do aborto legal no país. A decisão de criar uma comissão especial é uma tentativa de acalmar os ânimos e garantir que todas as perspectivas sejam consideradas antes de qualquer avanço legislativo.
OPINIÃO PÚBLICA E PRÓXIMOS PASSOS
O levantamento do Datafolha destaca a necessidade de uma maior disseminação de informações sobre o PL 1904/2024, dado que uma parte significativa da população ainda não está ciente ou bem informada sobre o projeto. A criação da comissão representativa pode servir como uma plataforma para educar o público e promover um diálogo mais informado e equilibrado.
Com uma maioria expressiva da população contrária ao projeto, o futuro do PL 1904/2024 permanece incerto. O debate no segundo semestre será crucial para determinar se a proposta avançará ou se serão necessárias revisões significativas para refletir melhor as preocupações e opiniões dos brasileiros.