<p>A série “The Last of Us”, da HBO, tem sido um sucesso de público e crítica nas últimas semanas. O fim da primeira temporada da série vem dando o que falar e muitas teorias foram levantadas. Além disso, uma dúvida permeia em torno deste universo: a infecção pelo fungo <em>Cordyceps </em>pode nos afetar de alguma forma fora das telas?</p>
<p>Vem com a gente entender mais sobre o mundo de “The Last of Us”.</p>
<h2><strong>Game</strong></h2>
<p>A série é uma adaptação do popular e amado jogo da Naughty Dog, lançado inicialmente para PlayStation 3 em 2013.</p>
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<figure class="wp-block-image aligncenter size-large"><img src="https://diariodacapital.com/wp-content/uploads/2023/04/1-1024x576.jpg" alt="" class="wp-image-18312"/><figcaption>Imagem retirada da internet</figcaption></figure>
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<p>Aguardada pelos fãs do game, a série é uma das principais apostas para 2023. Ela teve sua grande estreia no dia 15 de janeiro, na plataforma de streaming - HBO Max.</p>
<p>O diferencial do jogo “The Last of Us” é sua inspiração na capacidade dos fungos <em>Cordyceps </em>parasitarem artrópodes e torná-los verdadeiros “zumbis”.</p>
<p>O game narra a história de Joel (com voz de Troy Baker), um contrabandista que recebe a missão de levar Ellie (com voz de Ashley Johnson) de uma costa dos Estados Unidos da América (EUA) à outra em meio a um cenário pós-apocalíptico, em que a terra se encontra devastada por um fungo - <em>Cordyceps</em>, cheia de infectados semelhantes a zumbis e facções perigosas. Ao desenrolar da história, os dois acabam desenvolvendo uma relação de pai e filha. Ambos marcados por perdas e traumas, aprendem a confiar um no outro para sobreviver, e ao longo de sua trajetória, se veem obrigados a tomar decisões difíceis e nem sempre morais para conseguir isso. Veja o trailer oficial do jogo:</p>
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<p>A franquia de jogos é popular e conta com dezenas de milhões de cópias vendidas e centenas de prêmios ao longo dos anos. Ela é considerada uma das mais maduras e cinematográficas dos games modernos. Sua história tem sido especulada para adaptações, seja como filme ou série, praticamente desde seu lançamento original em 2013.</p>
<p>E agora, sua adaptação para as telas tornou-se realidade.</p>
<h2><strong>Sobre a série The Last of Us</strong></h2>
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<figure class="wp-block-image aligncenter size-large"><img src="https://diariodacapital.com/wp-content/uploads/2023/04/2-1024x576.jpg" alt="" class="wp-image-18313"/><figcaption>Imagem retirada da internet</figcaption></figure>
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<p>Os protagonistas são os atores Pedro Pascal, que deu vida ao personagem Joel, e a Bella Ramsey, como a jovem Ellie. E contou com Bruce Straley e Neil Druckmann na direção do drama.</p>
<p>A história de The Last of Us apresenta um cenário pós-apocalíptico em que há milhares de pessoas transformadas em “zumbis” após uma infecção por um fungo se tornar uma pandemia.</p>
<p>A trama se passa 20 anos após uma civilização moderna quase ter sido destruída por conta de uma infecção pelo fungo <em>Cordyceps</em>, do qual se tinha pouca informação, mas era considerado letal e não havia um remédio ou vacina que o pudesse controlar. Com isso, ele quase ocasionou a extinção dos humanos, pois o fungo chegou a controlar a população, e como consequência, o planeta foi quase destruído.</p>
<p>Na série, Joel é um sobrevivente, assim como no jogo, contratado para levar Ellie, de apenas 14 anos, para um local onde ela possa ser investigada, uma vez que não contraiu a infecção do fungo. No entanto, a tarefa de Joel torna-se exaustiva, e juntos encaram muitas aventuras no caminho. Assim como na franquia original, os protagonistas estão ligados e dependem um do outro para conseguirem sobreviver. Confira o trailer da primeira temporada:</p>
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<p><strong>Níveis de contaminação</strong></p>
<p>Na série existem diferentes estágios de contaminação, e cada um possui um nome e suas respectivas características. Confira:</p>
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<figure class="wp-block-image aligncenter size-full"><img src="https://diariodacapital.com/wp-content/uploads/2023/04/giphy-1.gif" alt="" class="wp-image-18321"/><figcaption><strong>GIPHY</strong> / HBO</figcaption></figure>
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<p><strong>Estágio 1</strong> - São os “corredores”, no original - “runners”. Esses são aqueles que foram recentemente infectados, entre 2 dias a 2 semanas. Aqui, as vítimas começam a perder sua função cerebral superior e o fungo toma conta, fazendo com que elas percam sua humanidade aos poucos. Nesse estágio, a aparência do hospedeiro é bem semelhante ao que nós conhecemos como “zumbis”.</p>
<p><strong>Estágio 2</strong> - São os “perseguidores”, no original - “stalkers”. Esse estágio dura a partir da segunda semana até um ano depois que a vítima é infectada. A diferença deste em relação ao primeiro é que já começa perder definitivamente sua humanidade, os poucos resquícios que tinham são substituídos por um reflexo de agilidade em emboscar suas ‘presas’.</p>
<p><strong>Estágio 3</strong> - São os “estaladores”, no original - “clickers”. Depois de um ano do contágio, em que a criatura já não parece mais humana e não enxergam bem, pois crescem aglomerados de fungos na cabeça, impossibilitando a visão. Com isso, eles desenvolvem uma forma de ecolocalização para conseguirem localizar suas vítimas. </p>
<p><strong>Estágio 4</strong> - São os “baiacus”, no original - “bloaters”. Esse nível é um caso raro de quando o hospedeiro consegue sobreviver por mais de dez anos, e são os mais fortes.</p>
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<figure class="wp-block-image aligncenter size-full is-resized"><img src="https://diariodacapital.com/wp-content/uploads/2023/04/giphy.gif" alt="" class="wp-image-18322" width="615" height="328"/><figcaption>GIPHY / PlayStation</figcaption></figure>
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<p>Em geral, são chamados de “infectados”.</p>
<h2><strong>E você sabia que a história foi inspirada em um fungo que realmente existe?</strong></h2>
<p>Cordyceps é um gênero de fungos ascomicetos, que crescem principalmente em insetos e outros artrópodes.</p>
<p>Na ficção, o fungo é capaz de controlar a mente das pessoas e transformá-las em zumbis. Já na vida real, os gêneros <em>Cordyceps </em>e <em>Ophiocordyceps </em>são capazes de invadir o organismo de insetos, como algumas formigas, controlar o sistema nervoso deles e levá-los para um lugar mais alto, onde os esporos do microrganismo se espalham com facilidade.</p>
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<figure class="wp-block-image aligncenter size-full"><img src="https://diariodacapital.com/wp-content/uploads/2023/04/5.jpg" alt="" class="wp-image-18314"/><figcaption>Imagem retirada da internet</figcaption></figure>
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<p>O especialista em fungos, Elisandro Ricardo Drechsler dos Santos, doutor e pesquisador em micologia na UFSC, explicou sobre o Cordyceps em entrevista ao Omelete.</p>
<p>Elisandro relatou que existem diversos tipos de Cordyceps, sendo classificados como entomopatógenos, que parasitam seres vivos e realizam o processo de zumbificação, isso significa que o fungo controla o infectado até um lugar alto (geralmente em galhos e plantas) onde o inseto morre, para assim, o fungo crescer e espalhar os esporos em busca de novas vítimas para infectar.</p>
<h2><strong>Cordyceps X Humanidade</strong></h2>
<p>Mas será que ele realmente pode afetar os seres humanos? Vem com a gente entender!</p>
<p>O micologista Paul Stamets, através das redes sociais, respondeu de forma direta essa pergunta, ele afirmou que não há como isso acontecer. “Vamos falar a verdade. Cordyceps não podem infectar humanos”, disse ele em publicação feita no Twitter. Veja:</p>
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</div><figcaption>Tweet retirado da sua conta oficial - @PaulStaments</figcaption></figure>
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<p>A equipe do DC entrou em contato com a biotecnóloga pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), pós-graduada em Bioquímica pela Fametro, e mestranda de Hematologia e Hemoterapia do HEMOAM/UEA, Juliana Vitoriano da Silva, que apontou alguns fatores que excluem a possibilidade dos seres humanos serem infectados pelo parasita Cordyceps.</p>
<blockquote class="wp-block-quote"><p><em>“De acordo com a série The Last of Us, o fungo Cordyceps evoluiu de um parasita de artrópodes (insetos em geral) para parasitar também os seres humanos, e conseguiu tal façanha após adaptar-se à temperatura corporal humana - que na série foi tratada como a principal barreira biológica que impedia tal fungo de infectar humanos”.</em></p><cite>Juliana da Silva</cite></blockquote>
<p>Segundo a biotecnóloga, essa adaptação não é tão simples assim, pois para além da diferença de temperatura entre a espécie humana e artrópode, existem ainda inúmeras diferenças fisiológicas entre essas duas espécies que funcionam como obstáculos fisiológicos para a infecção desse fungo no organismo humano. Dentre elas, Juliana destacou:</p>
<p><strong>A epiderme humana</strong>, que é consideravelmente mais espessa do que a dos artrópodes em geral, além de possuir proteínas que atuam como protetoras contra organismos estranhos o que torna mais difícil para microrganismos e outras substâncias invadirem o corpo humano.</p>
<p><strong>O sistema imunológico humano</strong>, na qual é infinitamente mais complexo que o dos insetos, com diversas camadas de defesa contra microrganismos invasores. Isso significa que nós possuímos um sistema imunológico muito poderoso que nos protege e nos blinda.</p>
<p><strong>A diferença de umidade</strong>, onde os insetos estão consideravelmente mais expostos à ambientes úmidos que os seres humanos.</p>
<p><strong>Fungo altamente especializado ao hospedeiro</strong>, produzindo reações químicas que são próprias para infectar insetos como formigas, gafanhotos, besouros que vivem em ambientes úmidos.</p>
<p>Portanto, embora seja uma ideia interessante para a ficção científica, não há embasamento teórico para que o <em>Cordyceps </em>seja uma ameaça real para os seres humanos.</p>
<h2><strong>De volta a série</strong></h2>
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<figure class="wp-block-image aligncenter size-full is-resized"><img src="https://diariodacapital.com/wp-content/uploads/2023/04/image.png" alt="" class="wp-image-18319" width="613" height="454"/><figcaption>Imagem retirada da internet</figcaption></figure>
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<p>Como dito no início, o fim da temporada deu o que falar e muitas teorias foram levantadas sobre a personagem Ellie, que se mostrou imune ao fungo. Entre as teorias criadas pelos fãs, destacam-se:</p>
<ul><li>A Ellie foi infectada por uma variante mais fraca do fungo, logo, não apresentou nenhum dos sintomas, e seu corpo criou “anticorpos”.</li><li>Outra que é popular entre os fãs é a gravidez. Isso porque a mãe da personagem foi infectada quando estava grávida dela, ou seja, a Ellie foi exposta a infecção ainda na barriga de sua mãe e foi protegida pela placenta e com isso também desenvolveu anticorpos.</li></ul>
<p>Conversamos com um telespectador da série, Jonas Saraiva de Azevedo Junior, 26, bacharel em direito, que deu sua opinião sobre o assunto.</p>
<p>Segundo ele, o que faria mais sentido e seria melhor para trama, é que ela fosse uma mutante, isto é, que a resposta pra ela não se infectar fosse uma mutação genética.</p>
<blockquote class="wp-block-quote"><p><em>“A gente sabe pela série que ela tá infectada, mas os sintomas não evoluem e ela continua normal, então se o motivo pelo qual isso ocorre fosse de ela ter alguma alteração genética, seria o caso de investigar a alteração e os processos que ela muda, para depois pesquisar formas de reproduzir esses efeitos por meio de agentes externos”.</em></p><cite>Jonas Azevedo</cite></blockquote>
<p><em>"E se o motivo pelo qual a Ellie não desenvolveu uma forma mais grave foi porque, ao ser exposta, a mutação dela fez o organismo dela responder mais rápido com uma febre elevada a ponto de neutralizar a capacidade nociva do vírus? Seria o caso de reproduzir esse mesmo efeito, induzindo a febre por outros meios toda vez que uma pessoa fosse exposta”</em>, concluiu.</p>
<p>Além de acompanhar o drama que teve estreia neste ano, Jonas também jogou “The Last of Us” lançado em 2013, sendo um dos que aguardavam a sua adaptação para as telas.</p>
<h2><strong>Segunda temporada</strong></h2>
<p>As opiniões entre os fãs estão divididas, entretanto a grande dúvida só será de fato sanada com a continuação da série.</p>
<p>Até o presente momento, a segunda temporada de The Last of Us não possui uma data de estreia definida. No entanto, podemos especular o tempo de espera de acordo com o tempo de filmagem da primeira temporada. Caso a produção seja semelhante à primeira temporada, o tempo de filmagem somado à pós-produção é de aproximadamente 18 meses. Dentro deste cenário, a estreia aconteceria no final de 2024, ou, caso queiram manter o padrão, em janeiro de 2025.</p>