Um ano após sua morte, a causa exata da morte da cantora irlandesa Sinéad O’Connor foi revelada. Segundo o Irish Independent, ela morreu em decorrência de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e asma, além de uma infecção do trato respiratório.
O atestado de óbito da artista afirma que ela faleceu de “exacerbação de DPOC e asma brônquica, juntamente com infecção leve do trato respiratório inferior”. A causa da morte foi formalmente registrada em Lambeth, Londres, nesta semana, por seu marido, John Reynolds.
Nascida em Dublin, em 1966, Sinéad O’Connor morreu aos 56 anos, no dia 26 de julho de 2023, em Londres. O corpo da cantora do hit “Nothing compares 2 U” — eleito o single número um do mundo em 1990 pelo Billboard Music Awards — foi encontrado em casa.
Anteriormente, as autoridades britânicas haviam anunciado que ela morreu de causas naturais, ou seja, decorrentes de um processo esperado e previsível, como uma doença, sem a influência de fatores externos.
QUEM FOI SINÉAD O’CONNOR?
Sinéad O’Connor teve uma infância marcada por tragédias, incluindo abusos físicos e sexuais infligidos por sua mãe, que mantinha uma “câmara de tortura” em casa para castigar os filhos. A cantora foi internada várias vezes em clínicas de saúde mental e tentou tirar a própria vida oito vezes em um ano. Em 2016, ela ficou 36 horas desaparecida em Chicago, nos EUA.
No ano passado, ela sofreu outro trauma, ao perder seu filho Shane O’Connor, de apenas 17 anos, encontrado morto na cidade de Wicklow, na Irlanda. Na ocasião, pelo Twitter, a cantora declarou que Shane, que lutava contra a depressão, “decidiu encerrar sua luta terrena”.
O’Connor foi desaparecendo pouco a pouco, até que em 2005 retornou com seu álbum de reggae “Throw down your arms”, após viver um período na Jamaica e se aproximar das crenças rastafaris. Segundo seus agentes, antes de morrer, ela estava terminando um novo álbum, preparava uma turnê e planejava levar às telas sua autobiografia, “Rememberings”, publicada em 2021.
POLÊMICAS
A cantora havia se convertido ao Islamismo em 2018, quando também trocou de nome, passando a adotar Shuhada ‘Sadaqat. Vítima de abusos na infância, ela criticou energicamente a Igreja Católica, acusando-a de não proteger as crianças de abusos sexuais por parte de religiosos.
Em 1992, diante das câmeras de uma emissora americana, rasgou um retrato do papa João Paulo II, ação que gerou fortes críticas dos fãs e da indústria fonográfica. A imagem do Papa tinha uma forte relação com a infância da artista. O’Connor tinha 18 anos quando sua mãe morreu e, naquele dia, ela tirou a única fotografia da parede do quarto da matriarca da família: a imagem do Papa. O’Connor guardou-a cuidadosamente, esperando o momento certo para destruí-la.