O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, na sexta-feira (6), após denúncias de assédio sexual tornarem-se públicas. As acusações foram divulgadas pela organização Me Too Brasil e pelo portal Metrópoles na quinta-feira (5).
A situação ganhou ainda mais repercussão quando a professora Isabel Rodrigues publicou um vídeo em suas redes sociais relatando um episódio de assédio por parte de Almeida, ocorrido em 2019. Isabel é a primeira pessoa a fazer uma acusação pública utilizando seu nome e rosto. Segundo seu relato, Almeida teria tocado suas partes íntimas durante um almoço. Ela acredita que possam haver “muitas” outras vítimas.
Entre as mulheres que também teriam acusado o ex-ministro está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Apesar de não ter feito comentários sobre o caso, Anielle não negou a denúncia. Silvio Almeida, por sua vez, negou todas as acusações.
Silvio Almeida é um dos principais nomes do movimento antirracista no Brasil, colaborando com o governo Lula desde o período de transição, em 2022. Sua nomeação para o Ministério dos Direitos Humanos foi comemorada por setores da sociedade que defendem os direitos de mulheres, negros e povos indígenas. No entanto, as recentes denúncias abalaram sua trajetória.
Almeida é advogado, filósofo e professor, com passagens por instituições como USP, FGV, e Columbia University. Ele é autor de importantes obras sobre racismo estrutural e foi relator da comissão de juristas que trabalhou para aprimorar a legislação de combate ao racismo no Brasil.