Mais de 1.700 servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) assinaram uma carta destinada à presidência do órgão, informando que irão suspender todas as atividades de fiscalização ambiental, concentrando-se apenas em tarefas internas e burocráticas.
A medida surge como resposta às negociações em andamento entre os servidores e o Governo Federal, relacionadas ao reajuste salarial e à proposta de reestruturação da carreira. Os signatários afirmam que é uma resposta direta à falta de ação e suporte efetivo, especialmente em relação à proposta de reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente, sem resposta do Ministério da Gestão e Inovação.
O documento destaca que as atividades finalísticas do órgão, incluindo fiscalização na Amazônia e em terras indígenas, vistorias de licenciamento ambiental, prevenção a incêndios florestais, entre outras, podem ser prejudicadas até que as negociações sejam retomadas.
A carta enfatiza que a suspensão das atividades terá impactos significativos na preservação do meio ambiente, atribuindo isso a uma década de abandono da carreira do servidor público, marcada por assédio e perseguição no governo anterior. Ao final, pede a retomada das negociações com a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional).
Em nota, o Ibama informou que, apesar das assinaturas, não registrou paralisação até o momento. Os servidores continuam em atividade. A cobrança por melhores condições de trabalho e remuneração tem sido constante, com o Governo alegando abertura ao diálogo e destacando reajustes e melhorias realizadas.