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Seca histórica na Amazônia foi agravada 30 vezes mais pela crise climática, aponta estudo

Em todo o Amazonas, mais de 800 mil pessoas foram impactadas pela estiagem.

Escrito por
Redação
December 28, 2024
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Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ano de 2024 teve 41 dias de calor extremo, de acordo com o relatório, realizado pela World Weather Attribution (WWA, na sigla em inglês) e pelo coletivo Climate Central, lançado nesta sexta-feira (27). O levantamento concluiu que as mudanças climáticas intensificaram 26 dos 29 eventos extremos analisados, e causaram a morte de ao menos 3.700 pessoas, deixando milhões desalojadas.

Entre os eventos extremos agravados pelas mudanças climáticas, está a seca histórica na Amazônia. A WWA mostrou que a ocorrência da seca na maior floresta tropical do mundo foi 30 vezes mais provável por conta da crise do clima. 

Em 2024, o Rio Negro enfrentou a pior seca em 122 de medição. – Foto: Reprodução/Folha de São Paulo

De acordo com as medições feitas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), os rios atingiram os menores níveis da série histórica. Em Manaus, o Rio Negro, que segue em processo de recuperação após enfrentar a pior seca em mais de 122 anos, ainda se encontra abaixo do nível normal, com apenas 17,54 metros.

Em todo o Amazonas, mais de 800 mil pessoas foram impactadas pela estiagem

A redação do Diário da Capital questionou o Governo do Amazonas sobre as possíveis medidas de prevenção para 2025, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto. 

Impactos pelo mundo 

As enchentes no Sudão, na Nigéria, no Níger, em Camarões e no Chade foram as mais mortais analisadas, deixando ao menos duas mil vítimas fatais e milhões de desalojados. O relatório destaca que a crise do clima expõe cada vez mais pessoas a temperaturas perigosas por mais tempo ao longo do ano, apontando que, se o mundo não abandonar rapidamente o petróleo, o gás e o carvão, o número de dias quentes por ano continuará  a aumentar, colocando em risco a saúde pública e os ecossistemas. 

“Este ano, de eventos extremos fora da curva, mostra o quão perigosa a vida já se tornou com 1,3ºC de aquecimento induzido por atividades humanas, e destaca a urgência de se deixar os combustíveis fósseis responsáveis pelo aquecimento do planeta para trás o mais rápido possível”. 

Recomendação dos cientistas

Os cientistas afirmaram que os países precisam agir imediatamente e apresentaram quatro resoluções urgentes para enfrentar a mudança do clima e proteger a população global em 2025. A primeira delas, sem surpresas, é a transição energética imediata, que afasta as fontes fósseis. 

Além disso, destacam os autores, é preciso melhorar os sistemas de alertas precoces para eventos extremos, ampliar a vigilância em tempo real de mortes por calor extremo e garantir o financiamento internacional para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem às mudanças climáticas. 

“Os impactos do aquecimento induzido pelos combustíveis fósseis nunca estiveram tão claros e tão devastadores como em 2024. O clima extremo matou milhares de pessoas, desalojou milhões e causou sofrimento implacável neste ano. As enchentes na Espanha, os furacões nos Estados Unidos, as secas na Amazônia e enchentes em toda a África são apenas alguns exemplos”, afirmou Friederike Otto, diretor da WWA e pesquisador sênior em ciência climática do Imperial College London. 

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