Uso intenso de redes sociais e cobrança por uma vida perfeita, exigência do mercado de trabalho cada vez mais alta, preocupação em honrar seus compromissos em um país onde a economia ainda não conseguiu alavancar. Tudo isso é refletido em perturbações mentais como ansiedade crônica, estresse pós-traumático e, muitas vezes, quadros de depressão.
Por conta desses acontecimentos, o Janeiro Branco foi idealizado para tentar ajudar e conscientizar a população a procurar ajuda e cuidar da saúde mental.
JANEIRO: PÁGINA EM BRANCO
A cor da campanha foi escolhida como forma de simbolizar um “papel em branco”, um novo recomeço para a vida. A data é voltada a ações que podem auxiliar a manutenção da saúde psicológica, com práticas efetivas e trabalhando a prevenção ao estresse.
Para Camila Rodrigues, psicóloga clínica especialista em terapia cognitivo-comportamental, o cuidado com a mente vai muito além do processo de terapia, e ela evidencia um tripé da saúde: atividade física, alimentação saudável e sono regulado.
“A base da saúde mental são esses três pontos, que vão completar a psicoterapia, trabalhar as emoções e, em alguns casos mais específicos, encaminhar para uma consulta com o psiquiatra, para o uso de medicações. Tudo isso é o combo de atividades efetivas que ajudam a pessoa a reduzir fatores de risco para desenvolvimento de algum transtorno”, afirmou.
SETEMBRO: PREVENÇÃO AMARELA
Camila reforça que, diferente do Janeiro Branco, o Setembro Amarelo é estritamente focado na prevenção do suicídio, causado por quadros severos de depressão.
“As datas estão diretamente relacionadas. Caso você não trate e cuide sua mente de um aspecto geral, concomitantemente você pode desenvolver um transtorno depressivo, que leva ao suicídio. Tratamos para que não chegue a esse ponto”, detalhou.
Cuidar da saúde mental é algo fundamental na vida humana, e, infelizmente, é deixada de lado por diversas situações, como vergonha, falta de dinheiro e desconhecimento de clínicas que oferecem tratamento de forma gratuita.
“Sabemos que a terapia não é acessível a todos. Infelizmente é uma realidade, mas você pode encontrar instituições e profissionais que podem ajudar. O SUS oferece atenção psicossocial pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e pela Rede de Atenção Psicossocial (Raps)", disse.
Camila ainda informa que muitas clínicas-escolas oferecem tratamento de forma gratuita ou com valores apenas simbólicos, supervisionados por psicólogos da Uninorte, Fametro e Ufam. Uma boa possibilidade para quem não tem orçamento para custear a terapia.
Você também pode encontrar ajuda no número 188 do Centro de Valorização à Vida (CVV), que oferece apoio emocional e prevenção ao suicídio. O atendimento é gratuito, podendo ser usado por qualquer pessoa, e funciona 24h, durante os 7 dias da semana.