Diferente dos robôs tradicionais, os robôs biológicos, também conhecidos como “anthrobots”, estão revolucionando a ciência ao serem constituídos por células humanas da traqueia, sem passar por qualquer edição genética. Estas engenhocas misteriosas têm a notável capacidade de estimular o crescimento de neurônios e regenerar tecidos nervosos danificados, desafiando a compreensão científica.
Pesquisadores da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, publicaram um estudo na revista Advanced Science, destacando os anthrobots como uma inovação promissora. Essas criações, compostas por células traqueais retiradas de pacientes adultos, não modificadas geneticamente, revelaram-se capazes de formar estruturas maiores autonomamente, agrupando-se para regenerar tecidos nervosos em experimentos de laboratório.
A capacidade desses robôs biológicos em regenerar tecidos do sistema nervoso foi testada provocando lesões em uma camada bidimensional de neurônios humanos, simulando uma ferida aberta. Antes de iniciar o processo de regeneração, os anthrobots, medindo micrômetros, se agruparam, formando uma estrutura maior de maneira autônoma.
A criação dos robôs biológicos é relativamente simples, envolvendo a remoção de uma única célula traqueal de um paciente adulto. Essas células, naturalmente cobertas por cílios, desenvolvem-se em esferas multicelulares, conhecidas como organoides, quando cultivadas em laboratório. Os cílios desempenham um papel crucial na autonomia desses robôs, permitindo-lhes movimentar-se espontaneamente em poucos dias de desenvolvimento.
Embora o comportamento dos anthrobots seja ainda um mistério, os pesquisadores planejam aprofundar a compreensão de suas capacidades de regeneração. Futuras pesquisas visam explorar o comportamento desses robôs em diferentes tecidos, abrindo caminho para possíveis aplicações terapêuticas, incluindo tratamentos de doenças como o Alzheimer.