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Ramagem é intimado pela PF em investigação sobre Abin paralela

Ex-diretor da Abin deverá prestar depoimento sobre suposto esquema de espionagem de autoridades dos Três Poderes.

Escrito por
Redação
July 13, 2024
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Foto: BRENO ESAKI / METRÓPOLES

A Polícia Federal intimou o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a prestar depoimento na quarta-feira (17), como parte das investigações sobre um suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades dos Três Poderes. O depoimento será realizado na superintendência da PF no Rio de Janeiro. Além de Ramagem, servidores da Abin também serão ouvidos na próxima semana.

A convocação de Ramagem pela PF está relacionada aos elementos descobertos durante as fases da Operação Última Milha. Durante a investigação, foi encontrado no computador de Ramagem um áudio de 1h08, possivelmente gravado por ele mesmo, onde o então presidente Jair Bolsonaro, o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e possivelmente a advogada do senador Flávio Bolsonaro discutem supostas irregularidades cometidas por auditores da Receita Federal na elaboração de um Relatório de Inteligência Fiscal que iniciou a investigação contra Flávio Bolsonaro.

Os investigadores acreditam que isso demonstra o uso da estrutura da Abin para retaliar os auditores envolvidos na investigação de Flávio no caso conhecido como “rachadinha”. Além disso, foram encontradas várias mensagens em que Marcelo Bormevet, policial federal, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar, mencionam ordens ilegais dadas por uma figura referida como “mestre” ou “chefe”. Ambos trabalhavam na Abin sob a gestão de Ramagem e foram presos na operação.

Segundo a Polícia Federal, as provas sugerem que a expressão “mestre” refere-se a Alexandre Ramagem e que as ações clandestinas tinham como objetivo obter vantagens políticas através de ataques a opositores, instituições, sistema eleitoral e outros alvos.

Posicionamento de Ramagem

Em postagem nas redes sociais, Alexandre Ramagem negou qualquer irregularidade apontada pela Polícia Federal durante sua gestão na Abin, no governo de Jair Bolsonaro. O deputado afirmou que o sistema israelense FirstMile, contratado pela Abin, não foi utilizado para monitoramentos ilegais e que as autoridades citadas não foram espionadas.

Ramagem criticou os investigadores, dizendo que “desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”.

Sobre o áudio encontrado, Ramagem afirmou que não houve uso dos sistemas para interferir em processos ligados ao senador Flávio Bolsonaro, filho do então presidente Jair Bolsonaro.

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