Em Manaus, pelo menos oito nomes despontam como pré-candidatos a prefeito. Ainda que o cenário esteja sujeito a mudanças, devido às convenções partidárias que iniciam neste sábado (20) e vão até 5 de agosto, o atual Chefe do Executivo, David Almeida (Avante), tenta a reeleição e tem como possíveis concorrentes: Amom Mandel (Cidadania), Alberto Neto (PL), Marcelo Ramos (PT), Natalia Demes (PSOL), Maria do Carmo (Novo), Roberto Cidade (União Brasil) e Wilker Barreto (Mobiliza). Mas, você de fato conhece o perfil daqueles que querem ocupar o mais alto posto da prefeitura?
Com a ideia de aumentar o conhecimento a respeito de quem será o próximo representante da população, o Diário da Capital realizou um “Raio X” de todos os pré-candidatos envolvidos nesta disputa eleitoral de 2024. Confira:
David Almeida (AVANTE)
Alianças: com Eduardo Braga, Saulo Viana do União Brasil e Avante
Vice-prefeito: Não definido
Campo político: Centro-direita
Perfil: Praticamente um desconhecido. De motorista do senador Eduardo Braga (MDB) a atual prefeito de Manaus: David Almeida, 55 anos, assumiu o cargo em 2020, com a marca de 466.970 votos. Criado no Morro da Liberdade, Almeida ingressou na política em 2006, quando foi eleito deputado estadual, seguido de mais dois mandatos consecutivos. No período, Almeida chegou a ser eleito presidente da Assembleia Legislativa. Antes de conquistar os cargos, entregou de casa em casa, santinhos e cartazes na campanha eleitoral de Braga para o governo.
Em 2017, cinco dias após a cassação de José Melo, Almeida foi consagrado governador interino do Amazonas. Quatro meses depois, o político tentou, sem sucesso, se eleger de fato governador, mas acabou ficando na terceira colocação com apenas 417.203 votos, perdendo para Amazonino Mendes. Em maio deste ano, anunciou a tentativa de reconquistar a cadeira de prefeito. Desta vez sem o apoio do governador Wilson Lima e de parte dos vereadores da Câmara Municipal de Manaus.
A passagem de Almeida pela prefeitura de Manaus, no entanto, é marcada por controvérsias. Críticos do atual prefeito reforçam que ele falha quando se trata de transparência, dívida pública e promessas não cumpridas, como o caso do hospital municipal de Manaus, que não foi construído, e do programa “Asfalta Manaus”, lançado com o compromisso de pavimentar 10 mil ruas, mas que só alcançou 2,7 mil vias até o atual momento.
Conforme análise do último plano de governo de Almeida, ele ressaltou que metas como: erradicar a pobreza, preservar o meio-ambiente, modernizar a infraestrutura, a mobilidade urbana e os serviços públicos seriam cumpridas até 2030. “Não se trata de um planejamento de um único mandato”, diz trecho do plano de 2020.
Outra meta do político é colocar Manaus, até o fim da gestão, entre as três cidades brasileiras mais transparentes, além do desejo de combater a corrupção e controlar a dívida pública. A transparência da prefeitura da capital amazonense, por outro lado, foi ranqueada na 19ª colocação com avaliação “Regular”, com 45,4 pontos, no Índice de Transparência e Governança Pública (IPTG) pela ONG Transparência Internacional Brasil, atrás apenas da prefeitura de Natal, que foi classificada como “Ruim”, com 39,5 pontos. O índice, que atribui notas de 0 a 100, avaliou “Governança, Legislação, Participação Social e Comunicação, Plataformas, Transparência Administrativa e Orçamentária e Obras Públicas” nas prefeituras.
Na avaliação do Instituto, a pior nota foi atribuída à falta de transparência em obras públicas, com apenas 13,6 pontos, levantando um alerta acerca das licitações. Outro ponto avaliado negativamente, é a baixa “Transparência Financeira e Orçamentária” da Prefeitura de Manaus, com 42,9 pontos.
Ligado à direita e membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o pré-candidato do Avante tem um amplo eleitorado religioso. Ao ser eleito, afirmou o compromisso de honrar os princípios bíblicos e destacou, na época, que a candidatura era uma promessa de Deus sendo cumprida.
Quando Almeida concorreu pela primeira vez como governador em 2016, ele declarou ter um patrimônio de R$ R$ 582.000,00, conforme registro de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nos dados, Almeida declarou como bens uma casa no valor de R$ R$ 290 mil reais. Ele também declarou ser proprietário de um apartamento (R$ 232.000,00) e de um veículo (R$ R$ 60.000,00).
Na eleição em que foi eleito prefeito de Manaus, o patrimônio já somava R$ R$ 857.529,00, o que incluía mais um imóvel de R$ 467.529,00, localizado na Ponta Negra, além de um carro no valor de R$ 40.000,00.
Apesar dos corredores da política vislumbrarem que Almeida encontra dificuldades, ele mantém firme a pré-candidatura. No dia 31 de julho, ele irá anunciar o escolhido para ser pré-candidato à vice. Em entrevistas, David Almeida afirmou que há opções em pelo menos seis partidos. “Nós temos aí bons nomes que nós temos como discutir e buscar um alinhamento entre os aliados para que possamos buscar com relação à eleição de 2024”, garantiu Almeida.
Natália Demes (PSOL)
Alianças: Não definido
Vice-prefeito: Não definido
Campo político: Esquerda
Perfil: Com posição feminista. Defensora dos direitos das minorias. Deu um largo passo ao tentar ao governo. Neste ano, ela não abriu mão da pré-candidatura à prefeitura, apesar de intensas discussões dentro da esquerda. Ela também marca tendência com propostas em que a população possa ser consultada. Esse é um pequeno resumo de quem é Natália Demes (PSOL).
Advogada, diretora da Associação Humaniza Coletivo Feminista, Conselheira Municipal dos Direitos da Mulher e membra da Comissão de Direito Ambiental da OAB/AM, Demes que entrou para a política no movimento estudantil em 2002, também tem atuação expressiva na defesa de mulheres, negros, comunidade LGBT, jovens, indígenas. Essas causas são as que ela mais defende no dia a dia.
Atua em projetos de regularização fundiária de comunidades tradicionais e também com demarcação de terras de comunidades remanescentes de quilombos. Manifesta-se ainda com propostas contra a violência obstétrica e no combate à tortura à mulher.
Entre os candidatos, Natália Demes foi a última a se filiar em uma sigla. “Minha filiação foi em 2020, buscando no partido político uma forma a mais de ecoar a pauta e tenho sido cada vez mais reconhecida no partido como dirigente e como um quadro”, afirmou ao Diário.
Em uma rara ocasião, Natália Demes demonstrou coragem ao tentar ser governadora do Amazonas, se colocando como pré-candidata em 2022. Mesmo com a insistência, a pré-candidatura não avançou. Não há registros dos bens declarados de Natália Demes.
Em maio deste ano, Demes foi escolhida por votação dos filiados para ser a representante do PSOL. Propostas como “tarifa zero” para o transporte público e renovação da frota por veículos elétricos, além de melhor sinalização, e inteligência no controle do trânsito, também estão no foco da pré-candidata à prefeitura.
Até o momento não há definição de vice para formar chapa com Demes. Há, no entanto, articulações para que Welton Oda, professor e doutor do departamento de biologia da UFAM, seja o possível vice. “Mas a Rede ainda tem a abertura para apresentar vice, não temos possíveis nomes”, reforçou Natália.
Maria do Carmo (NOVO)
Alianças: Não definido
Vice-prefeito: Não definido
Campo político: Direita
Perfil: A empresária Maria do Carmo Seffair do Novo conta com pautas conservadoras e liberais que desenham a bandeira ideológica. Crítica ferrenha do atual prefeito de Manaus, Maria coloca a ideia de um estado mínimo como epicentro das principais propostas. Para ela, Manaus precisa intervir em apenas serviços específicos, como segurança, saúde e educação.
Uma das primeiras ações, caso eleita, será arborizar a cidade e revitalizar os igarapés. Seffair também fala de um novo concurso da Guarda Municipal, além de investimentos em tecnologia no setor. Uma das postulantes à direita à Prefeitura de Manaus, Seffair diz que irá “fechar a torneira da corrupção”, aplicando os recursos da cidade em suas respectivas pastas.
Em 2022, a reitora da Fametro colocou em evidência o desejo de disputar a eleição para o Governo do Amazonas pelo PSDB. Mas, recuou da candidatura, após Amazonino Mendes, do Cidadania, receber apoio da Executiva Nacional. Restando apenas a opção de ser candidata ao cargo de suplente do pré-candidato ao Senado Federal, Arthur Virgílio Neto, pelo PSDB.
Ainda em 2022, Seffair apresentou um patrimônio avaliado em R$ 14.775.247,76 – o maior entre os outros sete pré-candidatos à prefeitura de Manaus. Nos bens destaca-se um apartamento em Miami (EUA), no valor de R$ 2.623.295,51. Ela também declarou 33,34% das cotas de participação Instituto Metropolitano de Ensino (IME), correspondente a R$ 7 milhões. A pré-candidata possui mais de 20 bens declarados, conforme registro de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em um gesto de aproximação, Seffair chegou a se reunir com Alberto Neto (PL) – considerado um fiel escudeiro do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de nada estar definido, corre nos bastidores que ainda há possibilidade deles se unirem em uma chapa.
Alberto Neto (PL)
Alianças: Jair Bolsonaro
Vice-prefeito: Não definido
Campo político: Direita
Perfil: Alinhado ideologicamente à direita e com uma longa trajetória na segurança pública, Alberto Neto se apresenta como um caminho renovador para a capital amazonense. Após anos seguindo a carreira militar, foi eleito deputado federal pelo Amazonas nas eleições de 2018, com 107.168 votos, e reeleito em 2022 com 147.821 votos.
Carregando a bandeira “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, Alberto teve o mérito de se tornar vice-líder do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, na Câmara Federal, em 2019.
No ano seguinte, mesmo eleito deputado federal, Alberto Neto estava concorrendo ao cargo de prefeito de Manaus. No plano de governo da época, Alberto Neto apontou que traria o fortalecimento da Segurança Pública, por meio de políticas e ações integradas, como articulação interinstitucional, mobilização e participação social. Além da implantação das Escolas Cívico-Militares na rede Municipal de Ensino, ampliando o uso da tecnologia.
Apesar das propostas, Alberto acabou ficando longe da primeira colocação. Em sexto lugar, o político obteve apenas 7,82%, o equivalente a 76 mil votos. No segundo turno das eleições de 2020, ele declarou total apoio à candidatura de David Almeida (Avante).
O apoio, ao que tudo indica, já não existe mais. Quatro anos depois, em 2024, Alberto Neto afastou qualquer aproximação com David Almeida que estaria, segundo ele, muito próximo da esquerda, além de elencar sérias críticas relacionadas à falta de investimentos e problemas como infraestrutura e segurança. Em 2018, quando foi eleito Deputado Federal, o político não apresentou nenhum patrimônio. Já quando tentou a prefeitura, em 2020, declarou um apartamento no Parque 10 no valor de R$ 312.000,00.
Em 2024, nomes como Roberto Cidade e Maria Seffair apareceram como potenciais políticos para formar uma chapa com Alberto Neto. As conversas com Roberto Cidade, por outro lado, não andam dando certo. Isso porque no início deste mês, o governador Wilson Lima tentou convencer o PL Nacional para que fosse formada uma aliança entre Cidade e Alberto Neto. O governador teria então levado um não do presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, que chegou a afirmar que era Neto quem dá a decisão final de quem será o vice. Fato que foi descartado por Alberto Neto.
Mas Wilson Lima não desiste da união entre Roberto Cidade e o pré-candidato do PL. Ainda no mês de julho, o governador foi novamente a Brasília, desta vez para se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma tentativa de persuadi-lo que seria mais viável apostar em Roberto Cidade na corrida pela prefeitura. O ex-mandatário e líder da direita negou.
Lima ainda conta com o apoio que recebeu de Alberto Neto em 2018. Ele que posava ao lado do governador, na época candidato ao Governo, reforçava que Wilson Lima representava mudanças, além de garantir que caminharia com o político para apresentar propostas para o Estado. Mas, tudo indica que Alberto Neto mudou de lado e vem descartando tais acordos e articulações com o grupo de Wilson Lima.
Embora não tenha divulgado uma data para a definição do vice, o pré-candidato oficial do PL, ressalta que os trabalhos seguem com as articulações necessárias para montar uma base forte, colocando a imagem de Bolsonaro como principal arma para atrair o eleitorado da direita.
Marcelo Ramos (PT)
Alianças: Lula, Omar Aziz, REDE e PSD
Vice-prefeito: Não definido
Campo político: Centro – Esquerda
Perfil: Com a missão de fortalecer a esquerda em Manaus, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolheu Marcelo Ramos como a voz da sigla na capital. A filiação no Partido dos Trabalhadores aconteceu em abril deste ano, após intensa discussão de quem seria o representante do PT na eleição pela prefeitura. Na época, nomes como Anne Moura, Sinésio Campos, Valdemir Santana e Borges eram os principais cotados.
Conhecido por discursar acerca do desenvolvimento regional, não é a primeira vez que ele tenta ser prefeito de Manaus. Passou por diversas legendas nos últimos anos, após ser eleito vereador pelo PCdoB em 2008, deputado estadual pelo PSB em 2010 e federal pelo PR – hoje conhecido como PL (Partido Liberal) – em 2019, Marcelo tentou a prefeitura de Manaus em 2016 pelo Partido da República (PR). Na época, o atual governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), foi cotado como vice, com direito a anúncio oficial na convenção do partido. Mas devido a mudança na coligação, Josué Neto (hoje em dia corregedor da Corte de Contas), foi escolhido, na época, para compor chapa com Ramos, que foi para o segundo turno com Artur Neto, mas foi derrotado com 44,04% dos votos válidos.
Conforme plano de governo de Marcelo Ramos de 2016, o intuito era transformar Manaus em uma cidade empreendedora, fortalecendo os investimentos do comércio e colocando a capital como um destino atrativo para investidores nacionais e internacionais. No documento, Marcelo Ramos apresentou 24 programas, entre eles: o Tempo de Aprender, Saúde em Minha Casa, SIM – Sistema Inteligente de Mobilidade, Central Facilita, Meu Bairro Vivo, Zona Franca do Povo de Manaus, Cidade Segura e Jovens de Futuro.
Após perder as eleições, Ramos em 2018 foi eleito deputado federal com mais de 100 mil votos, ficando com a sexta das oito vagas destinadas ao Amazonas na Câmara. Mas, devido a filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro no então Partido Liberal, Ramos se mostrou incomodado e assinou a desfiliação da sigla. Ele ressaltou que estava sendo visto desprivilegiado com a entrada de Bolsonaro.
Quando foi eleito vereador em 2008, Ramos declarou R$ 353.000,00 em bens. Entre os patrimônios haviam dois apartamentos, um no condomínio Smile (R$ 213.000,00), e outro no Plaza Del Rey (R$ 100.000,00), além de um carro (R$ 40.000,00). Já em 2010, quando eleito deputado estadual, os bens diminuíram para R$ 138.742,56 e em 2018 saltou para R$ 558.155,34.
Marcelo também exerceu os cargos de subsecretário municipal de Esportes de Manaus entre 2005 e 2006 sob a gestão do prefeito Serafim Corrêa, além de virar Chefe de Gabinete do Departamento de Relações Internacionais do Ministério do Esporte no governo Lula em 2006.
Recentemente, Marcelo Ramos obteve apoio do REDE e desta forma, Vanda Witoto que integra o partido, passou a ser o principal nome cotado a vice de Marcelo Ramos. Apesar do apoio, o nome do vice só deve ser confirmado no dia 4 de agosto.
Roberto Cidade (UNIÃO BRASIL)
Alianças: Wilson Lima, União Brasil, Partido Progressista (PP), Republicanos, Podemos, Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Renovação Democrática (PRD) e Partido da Mulher Brasileira (PMB)
Vice-prefeito: Não definido
Campo político: Centro – Direita
Perfil: Integrando o arco de alianças do governador Wilson Lima (União Brasil), Roberto Cidade, concorreu a uma primeira eleição em 2016, para vereador. Perdeu a disputa ao alcançar 6.285 votos, ficando na primeira suplência. Já em 2018 conseguiu uma das cadeiras da Câmara Municipal de Manaus, ocupando o cargo por apenas dois meses. Na época, Roberto Cidade ficou no lugar de Felipe Souza.
No mesmo ano, foi eleito deputado estadual do Amazonas com 33.239 votos pelo Partido Verde (PV), sendo então o segundo candidato com maior número de votos. Em 2019 foi eleito o terceiro vice-presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), além de assumir a presidência da Comissão de Transportes, Trânsito e Mobilidade da Casa. Em 2020, recebeu 16 votos dos 24 parlamentares e foi eleito presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas.
Em 2022, Roberto Cidade abandonou o Partido Verde (PV) para se filiar ao União Brasil, ocupando a liderança da sigla na Aleam. Ele foi reeleito com 105.510 votos, sendo considerado o mais votado entre os 24 eleitos para o Parlamento estadual. Em uma votação relâmpago em abril de 2024, Cidade foi reeleito presidente da Assembleia pela terceira vez, por unanimidade, já para o biênio 2025/2026.
Mesmo com a presidência da Aleam em mãos, o político oficializou a pré-candidatura à prefeitura de Manaus no dia 25 de março, ao lado do presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, e pelo presidente estadual do partido, o governador do Amazonas, Wilson Lima. Anteriormente, o político tomou posse como presidente do Diretório Municipal do partido União Brasil.
Cidade, até 2022, totalizava R$ 2.945.151,29 em bens. Sendo um terreno de R$ 1.350.480,00, o patrimônio com maior valor, seguindo de um apartamento de R$ 400 mil reais, além de uma casa (R$ 200.000,00), entre outros bens.
O político, mesmo com feitos históricos, não conseguiu emplacar em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais até o momento. Apesar de contar com Wilson Lima, Cidade vem perdendo apoios, como o caso do Partido Democrático Trabalhista (PDT) que optou pelo pré-candidato Marcelo Ramos (PT). Uma das justificativas do presidente estadual do PDT-AM, Luiz Castro, foi que seria “um grande risco” formar uma aliança com Cidade, que segundo ele, estaria próximo da “ultradireita”. Em entrevistas, Cidade chegou a falar que o abandono do PDT foi um momento frágil, mas para não perder a postura, ressaltou que era natural do processo.
A melhor opção para Wilson Lima, como dito anteriormente, é que seja formada uma chapa entre Roberto Cidade e Alberto Neto. Embora nada esteja de fato definido, ele afirma que tem buscado dialogar com todos. Na avaliação do político, ele se coloca como a melhor opção para comandar a capital amazonense. Ainda assim, o eleitorado só deverá saber quem será o vice de Cidade nos últimos dias da convenção, no entanto, corre nos bastidores a possibilidade de que Coronel Menezes seja o vice ideal para ele. Menezes é conhecido popularmente entre os eleitores bolsonaristas em Manaus.
Wilker Barreto (Mobiliza)
Aliança: Mobiliza
Vice-prefeito: Não definido
Campo político: Direita
Perfil: Com uma longa trajetória na política, o pré-candidato à direita, concorreu como vereador pelo Partido da Frente Liberal (PFL) nos anos 2000. Embora tenha dado o primeiro passo, perdeu na disputa e voltou a concorrer às eleições em 2002, sendo candidato a deputado estadual pelo Partido Social Cristão (PSC), mas só recebeu 4.162 votos.
Após outras tentativas, Barreto só conquistou o cargo de vereador em 2008, pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS). Na época, foi vice-líder do prefeito Amazonino Mendes (PTB) durante o mandato de 2009 a 2013. Reeleito em 2012, virou líder do então prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) na CMM. Em 2014, voltou a concorrer ao cargo de deputado federal pelo PHS, mas acabou ficando na condição de suplente. No mesmo ano, disputou a presidência da Câmara Municipal de Manaus, sendo eleito com 35 votos para o biênio 2015-2016.
Wilker Barreto também já teve o mérito de ficar na condição de prefeito interino, após viagem de Arthur Neto à Europa. Ele ocupou a cadeira por pelo menos doze dias. Em 2016, foi reeleito para o terceiro mandato como vereador pelo PHS, com 10.207 votos. Somente em 2018, que foi eleito pela primeira vez deputado estadual com 29.275 votos. Em março de 2018, ele se desfiliou do PHS e passou a presidir o Podemos no Amazonas.
Em 2020, o partido lançou Amazonino Mendes como candidato a prefeito e Wilker Barreto, como vice-prefeito – na época, os candidatos foram os mais votados no primeiro turno da eleição. O segundo turno, por outro lado, teve uma reviravolta e Amazonino Mendes e Wilker Barreto receberam 234.088 votos, perdendo a eleição para David Almeida e Marcos Rotta por uma margem de 1%.
Em 2022, foi reeleito deputado estadual, agora pelo partido Cidadania, com 24.134 votos. Já em 2024, Wilker acenou que viria como pré-candidato a prefeito. Mas como o partido tinha maior preferência pelo pré-candidato Amom Mandel, o político optou por se desfiliar do Cidadania alegando existência de incompatibilidades políticas entre ele e a agremiação.
Os bens de Wilker Barreto, até 2022, somam R$ 792.315,70. Os maiores patrimônios são dois apartamentos nos valores de R$ 355 mil e 256.776,53 (este localizado em São Paulo), além de um barco no valor de R$ 90 mil reais e um terreno de R$ 60 mil reais.
Sem o apoio do governo e muito menos de Jair Bolsonaro, Wilker se declara de direita e diz não acreditar no comunismo. Ele aposta que o campo ideológico direitista conta com melhores propostas quando associadas ao capitalismo. Segundo ele, a direita possui “maturidade”. Uma das propostas de Wilker Barreto à prefeitura é enxergar a máquina pública e aumentar a capacidade de investimentos, levando como exemplo o presidente da Argentina, Javier Miler.
De férias da Assembleia Legislativa do Amazonas, o pré-candidato deverá anunciar a data da convenção, bem como o vice, nos próximos dias.
Amom Mandel (Cidadania)
Aliança: PSDB-Cidadania e Coronel Menezes
Vice-prefeito: Não definido
Campo político: Centro-Direita
Perfil: “Vão ter que me engolir”, é desta forma que Amom Mandel se direciona aos adversários que o atacam por supostamente ser inexperiente na política. Em 2020, aos 19 anos, Mandel foi o vereador mais jovem a se eleger em Manaus com mais de 7,5 mil votos pelo Podemos.
Dois anos depois, em 2022, já filiado ao Cidadania, abandonou o posto para se tornar deputado federal, com 14,5% dos votos do Amazonas. O político tinha apenas 1 segundo de tempo nos programas eleitorais e logo chamou atenção do eleitorado com o recado “beba água”, que passou a ser o bordão.
Nascido em Recife, Amom mudou-se para Manaus aos cinco anos de idade. Atualmente ele tem 23 anos. É neto do desembargador Domingos Jorge Chalub, presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Até 2022, os bens de Amom Mandel, totalizaram R$ 88.016,93, sendo um carro de R$ 55 mil considerado o maior patrimônio.
Em dezembro do ano passado, Amom Mandel afirmou que não era candidato a prefeito por sentir que o trabalho em Brasília não estava completo. “Não sou candidato a prefeito. Quero fazer mais por Manaus, mas ainda não acho que é o suficiente”, explicou Amom. Meses depois, o plano de Amom mudou e optou por tentar ser prefeito da capital amazonense. Atualmente, ele nega que deixar os mandatos pela metade possam influenciar nas possíveis decisões, caso se torne prefeito.
Se autoafirmando independente, Amom alega querer combater a velha política, apresentou propostas para as áreas de segurança, saúde, educação e infraestrutura. Um dos planos é intervir nas galerias do Centro para melhorar a rede de esgoto e evitar alagamentos, além de aumentar os modais do transporte coletivo.
A convenção partidária de Amom, onde será definido o vice, só deve acontecer no dia 5 de agosto, data final prevista na legislação. Nomes como do ex-deputado estadual Ricardo Nicolau e o da juíza aposentada Maria Eunice Torres, são os principais nomes cotados para compor a chapa com o parlamentar.
