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Racismo: mural em homenagem a Paola Egonu é vandalizado após conquista do ouro

A frase de apoio foi apagada e a cor da pele de Egonu foi alterada

Escrito por
Redação
August 13, 2024
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Foto: Reprodução/ Redes Sociais

No último domingo (11), a seleção feminina de vôlei da Itália fez história ao conquistar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris. Para comemorar essa vitória, um mural em homenagem a Paola Egonu, a atleta eleita MVP do torneio olímpico, foi inaugurado em Roma. A pintura, que mostrava Egonu lançando uma bola com a mensagem “pare com o racismo, ódio, xenofobia e ignorância”, rapidamente se tornou um símbolo de luta contra o preconceito.

No entanto, apenas um dia após a inauguração, o mural foi vandalizado. A frase de apoio foi apagada e a cor da pele de Egonu foi alterada, gerando indignação entre os admiradores da atleta e do esporte. Simone Giannelli, capitão da seleção masculina da Itália, manifestou-se nas redes sociais, criticando o ato de vandalismo e reafirmando a importância de Egonu para o esporte e para a sociedade: “as pessoas que fizeram isso não merecem ser chamadas assim. São sem coração, sem dignidade e sem humanidade”, disse ele.

Egonu já enfrentou ofensas racistas ao longo de sua carreira, incluindo incidentes de hostilidade durante seus primeiros anos no vôlei. Filha de imigrantes nigerianos e nascida em Cittadella, Egonu foi alvo de insultos raciais quando tinha apenas 16 anos. Com o passar do tempo, ela adotou a luta contra o racismo como parte de sua identidade, decidindo em 2022 que deixaria a seleção italiana, mas depois reconsiderou.

Além de ser a melhor jogadora do torneio, Egonu se destacou como a principal sacadora das Olimpíadas de Paris, somando sete aces e 110 pontos na competição. Sua performance foi fundamental na vitória sobre os Estados Unidos na final, onde ela derrubou 22 bolas, mais do que qualquer outra jogadora em quadra.

O mural, criado pela artista de rua Laika em frente à sede do Comitê Olímpico da Itália, tinha como objetivo promover a inclusão e combater a intolerância. Em suas palavras, Laika destacou a importância de atletas como Paola Egonu para a representação de todos os italianos, enfatizando que “no nosso país, já não há espaço para a xenofobia, o racismo, o ódio e a intolerância”.

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