Pela primeira vez em 17 anos, o Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+) vai além do do paisagismo na criação de espaços verdes, com o lançamento de um projeto inovador de reflorestamento de áreas degradadas, começando pela comunidade Manaus 2000, na zona Sul da capital, que recebeu o plantio de 200 mudas de seringueira.
Ao todo, serão mais de 49 mil mudas de espécies nativas plantadas, distribuídas em 111 mil metros quadrados para reflorestamento e 17.176 metros quadrados para paisagismo. Outra novidade do projeto é o reaproveitamento de madeira de supressão vegetal para a melhoria do solo.
O secretário da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), Marcellus Campêlo destacou que, pela primeira vez, o programa inclui o reflorestamento de áreas, com a meta de reflorestar 25% da área total beneficiada, além de promover saneamento básico, requalificação urbana e construção de unidades habitacionais. Segundo ele, a ação também ajudará a melhorar o microclima local e reduzir as emissões de dióxido de carbono, contribuindo para o combate às mudanças climáticas.
“O reflorestamento vai melhorar o microclima na região, proporcionando mais conforto térmico. Além disso, ajudará a reduzir a emissão de dióxido de carbono na atmosfera, contribuindo com o enfrentamento às mudanças climáticas”, ressalta Marcellus Campêlo.
O projeto prevê o plantio de 48 mil mudas em 101 mil metros quadrados na comunidade da Sharp e 1.200 mudas em 9,4 mil metros quadrados na Manaus 2000, utilizando mais de 30 espécies nativas, como seringueira, açaizeiro, embaubeira e sumaúma.
Uma das grandes metas é criar um corredor verde conectando fragmentos florestais e instalar passagens de fauna para promover a mobilidade de animais entre as Áreas de Preservação Ambiental (APAs) Manaós e Sauim Castanheiras.
Viveiro de mudas
Para realizar o reflorestamento, foi criado o viveiro de mudas, o Escritório Local (ELO) Verde, uma inovação em obras públicas no Amazonas, que já produziu mais de 15 mil mudas. A previsão é que o viveiro produza até 50 mil mudas para o projeto.
Além disso, o programa envolve a educação ambiental nas comunidades impactadas, com oficinas, palestras e distribuição de mudas para incentivar o plantio local.
De acordo com o subcoordenador Ambiental da UGPE, Otacílio Júnior, de maneira inovadora, o Prosamin+ também vai reaproveitar a madeira de supressão vegetal para fazer a preparação do solo.
“Uma parte das árvores que foram suprimidas passará por um processo de trituração para virar mais um elemento de melhoria às propriedades do solo. Outras serão seccionadas em cortes transversais e assentadas ao solo, produzindo caminhos para as trilhas ecológicas nas áreas de reflorestamento, sendo decompostas com ação do tempo, melhorando também as propriedades do solo”, reforça.
Prosamin+
O Prosamin+ segue as orientações do Sistema de Gestão Socioambiental (SGSA) do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), financiador do programa, que visa minimizar impactos ambientais e sociais.
Com um investimento de U$ 114 milhões, sendo U$ 80 milhões financiados pelo BID, o Prosamin+ beneficiará mais de 60 mil pessoas, urbanizando 340 mil metros quadrados ao longo do Igarapé do Quarenta. As obras, iniciadas em 2022, têm previsão de conclusão até 2027.