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Projeto solta mais de 4,9 mil quelônios na RDS Igapó-Açu no Amazonas

A ação foi realizada entre os municípios de Beruri, Borba e Manicoré, na BR-319, com a participação de pesquisadores e comunidades locais.

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Redação
February 10, 2025
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Fotos: Noir Miranda/Sema

Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Igapó-Açu, mais de 4,9 mil filhotes de tracajás (Podocnemis unifilis) foram liberados em um esforço conjunto entre pesquisadores e moradores da área. A soltura aconteceu entre os municípios de Beruri, Borba e Manicoré, no Km 260 da BR-319, área conhecida como “trecho do meio” no interior do Amazonas. 

“É necessário parabenizar a comunidade. Esse projeto poderia ter 100 parceiros, mas sem o envolvimento das comunidades, das crianças, que tem uma boa participação no projeto, não teria o sucesso que está tendo, nem hoje, nem nos últimos 15 anos”, afirmou Cristiano Gonçalves, gestor da RDS Igapó-Açu.

O trabalho na região é uma parceria entre Sema, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio do Consórcio Concremat/Hollus, Projeto Pé-de-Pincha, Instituto Acariquara e Instituto Claro. 

Pé-de-Pincha

A metodologia utilizada no processo de coleta e soltura foi desenvolvida pelo Projeto Pé-de-Pincha, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que atua em 180 comunidades no estado há mais de 25 anos. 

Completando 15 anos de trabalho na RDS Igapó-Açu, o trabalho consolidado é exemplo para outras Unidades de Conservação ao  longo da estrada. Paulo Andrade, professor e coordenador do Projeto, relembra o início.

“Na primeira soltura da RDS Igapó-Açu, a antiga gestora da Reserva avisou os comunitários da Terra Indígena Mamori, e veio um casal. Eles gostaram tanto do trabalho que levaram a ideia para lá. Dentro do Mamori foi se espalhando, pegando por toda a estrada, e assim está indo o projeto”, contou.

A soltura de quelônios não apenas ajuda a proteger espécies ameaçadas, mas também contribui para a manutenção da saúde dos rios e da biodiversidade local. As tartarugas e tracajás contribuem com as populações de outras espécies, além de transformar proteína animal em matéria orgânica, participando da ciclagem de nutrientes e da limpeza dos rios.

“A população aumentou muito nesses últimos 15 anos. A semente do Pé-de-Pincha foi aqui, e daí se espalhou para outras áreas da BR. Tivemos muito apoio da gestão da RDS. Essa parceria forte que tivemos, Sema, Embratel, que hoje é a Claro, permitiu isso. E também os comunitários, porque se eles não tivessem topado no começo, nada tinha acontecido”, declarou o professor.

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