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Presidente do Ipaam, envolvido em esquema de corrupção, é afastado do cargo

Ao todo, o suposto esquema pode ter movimentado R$ 1,6 bilhão de reais. Segundo a Polícia Federal, o valor foi bloqueado.

Escrito por
Rhyvia Araujo
December 10, 2024
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Fotos: Divulgação/PF e Arquivo/Secom

O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, foi afastado do cargo na segunda-feira (9), após uma operação da Polícia Federal (PF) revelar um esquema de corrupção envolvendo fraudes ambientais e fundiárias. A operação, batizada ‘Expurgare’, investigou servidores do Ipaam envolvidos na emissão de licenças ambientais fraudulentas, suspensão de multas e autorizações irregulares para desmatamento. Ao todo, o suposto esquema pode ter movimentado R$ 1,6 bilhão de reais. Segundo a PF, o valor foi bloqueado. 

Dionísia Soares Campos, esposa de Juliano Valente, filha do deputado estadual Sinésio Campos (PT) e superintendente de Agricultura e Pecuária do Amazonas, também teve a residência alvo de buscas e apreensão. Dionísia assumiu o cargo na autarquia após indicação do pai em janeiro deste ano. 

O Diário da Capital entrou em contato com o gabinete da superintendente, que, por meio de ligação, informou que Dionísia segue trabalhando normalmente. A reportagem também entrou em contato com o Ministério de Agricultura e Agropecuária, mas não obteve retorno. Até a publicação desta matéria, não há informação se ela também será afastada do cargo. 

Entenda

De acordo com as investigações, Valente e outros servidores do Ipaam teriam utilizado as funções para facilitar práticas ilegais, contribuindo para a apropriação irregular de cerca de 538 mil hectares de terras públicas, além da comercialização de créditos de carbono de áreas invadidas ilegalmente.

Ações simultâneas nos estados do Amazonas, Pernambuco e Rondônia foram realizadas, dando sequência à Operação Greenwashing, que já havia identificado fraudes no mercado de créditos de carbono. Entre 2016 e 2018, o grupo utilizou falsificação de documentos e manipulação de dados no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) para apropriar-se ilegalmente dessas terras, com a colaboração de servidores públicos.

Em resposta à operação, o Governo do Amazonas afastou os servidores envolvidos, incluindo Valente. Após a exoneração de Juliano Valente, a diretora técnica do Ipaam, Rosa Mariette Oliveira Geissler, assumiu interinamente a presidência do instituto, enquanto as investigações continuam a desmantelar o esquema criminoso.

Vale ressaltar que, até o momento, o afastamento de Juliano Valente não consta em nenhuma edição do Diário Oficial do Amazonas.

Leia a nota na íntegra 

“O Governo do Amazonas informa que todos os servidores do Instituto de Proteção do Amazonas (Ipaam) envolvidos na operação foram exonerados e afastado (no caso de servidores de carreira do instituto) de seus cargos ainda na segunda-feira (09/12). Rosa Mariette Oliveira Geissler, até então diretora técnica do órgão, assume, de forma interina, o cargo de diretora-presidente do Ipaam. 

O Governo do Estado reforça que está à disposição para prestar as informações necessárias e auxiliar às autoridades no esclarecimento dos fatos e reafirma que todas as atividades desenvolvidas pelos órgãos estaduais são pautadas na transparência e legalidade.”

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